Em declarações aos jornalistas antes de uma visita ao Hospital Prisional de São João de Deus, em Caxias, um dia depois de ter anunciado que se vai recandidatar à liderança do partido, Rui Rocha foi questionado se tenciona reconduzir na totalidade a atual direção da Iniciativa Liberal (IL) ou admite fazer mudanças.

“Já tenho uma ideia claramente, mas não vou divulgar nomes neste momento, mas haverá renovação. Isso faz parte destes processos e, portanto, há uma ideia de continuidade e de confiança no trabalho feito, mas há também uma renovação que faz sempre parte destes momentos”, afirmou.

Rui Rocha referiu ainda que já tem a sua moção estratégica pensada, “mas ainda não está posta em papel”, e frisou que terá como prioridade “a reforma do Estado”.

“O Estado português precisa de ser reformado. Para quê? Para libertar recursos que possam depois fazer com que a economia e a sociedade cresçam – não deve acontecer tudo à sombra do Estado – e para termos mais eficiência também e o Estado funcionar melhor e, dentro disso, pagar melhor aos funcionários públicos que entregam resultados”, referiu.

O atual líder da IL reiterou que decidiu recandidatar-se ao cargo porque, em 2022, tinha-se comprometido perante os membros do partido para uma liderança de dois mandatos, mas também porque quer apresentar uma “solução corajosa, uma solução de mudança e uma solução de Governo”.

“É que todos os partidos do espetro político português querem mais do mesmo – mais despesa e intervenção do Estado, não querem mudar rigorosamente nada – e, portanto, é necessário que os portugueses olhem para o país e sentem que é preciso mudar, que é possível mudar e que podemos ter um país melhor, encontrem uma solução que lhes dê essa via que procuram”, afirmou.

Rui Rocha foi ainda questionado sobre que personalidades externas à IL é que considera que poderiam representar “ideias liberais” nas presidenciais, após ter admitido esta segunda-feira que o partido ou apoiará uma dessas personalidades ou apresentará um candidato próprio.

Na resposta, o líder da IL considerou que “há muitas pessoas na sociedade que podem incorporar essa visão liberal”, sem querer adiantar nomes, e voltou a dizer que, “dos candidatos que têm estado mais presentes, mais a ser comentados e a mostrar intenção de se candidatarem, não há nenhum que a IL possa reconhecer como tendo essa visão liberal”.

“Haverá muitas pessoas na sociedade [que a podem incorporar] e o partido também é rico em quadros que são capazes de apresentar essa solução para a Presidência da República. Portanto, estamos muito tranquilos e a seu tempo falaremos de coisas mais concretas”, afirmou.

Relativamente às autárquicas, Rui Rocha reforçou ainda que a IL deve apresentar-se, “por regra, com as suas pessoas e as suas ideias e, portanto, qualquer coligação será sempre de natureza excecional”.

Questionado sobre uma eventual coligação em Lisboa com Carlos Moedas, Rui Rocha disse que ainda não há conversas neste momento e, caso venham a acontecer, terão de garantir que será uma “candidatura credível para as pessoas, vencedores e que leve a solução encontrada para políticas liberais e de mudança”.

Sobre a sua visita ao Hospital Prisional de São João de Deus, em que esteve acompanhado pela líder parlamentar da IL, Mariana Leitão, Rui Rocha referiu que o objetivo é perceber melhor o funcionamento dos estabelecimentos prisionais portugueses, “agora já depois do momento mediático da fuga de Vale dos Judeus”, salientando que, das informações que tem obtido, a ideia com que fica é que “está muito degradado, não tem condições de trabalho para os guardas prisionais e para tratar com humanidade os reclusos”.