“A UE passou de uma plataforma económica construtiva, tal como foi criada, a um ator agressivo e belicoso que já mostra as suas ambições muito para além do continente europeu”, disse Lavrov numa conferência de imprensa em Dushanbe, a capital do Tajiquistão, citado pelas agências francesa AFP e espanhola EFE.
A este respeito, manifestou “sérias dúvidas” de que o desejo da Ucrânia de se tornar rapidamente membro da UE seja inofensivo.
Lavrov acusou os europeus de seguirem o “caminho que a NATO já traçou” para considerar que a UE está a confirmar a “tendência para a fusão com a Aliança do Atlântico Norte”, de que “servirá, de facto, como um apêndice”.
Referiu-se também a declarações da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, durante uma visita à Índia, no final de abril, sobre o reforço dos laços estratégicos com um país que declarou a sua neutralidade no conflito entre a Rússia e a Ucrânia.
“O resultado da guerra [na Ucrânia] não só determinará o futuro da Europa, como também afetará profundamente a região Indo-Pacífico”, disse então a presidente da Comissão Europeia.
Moscovo vê a NATO, o seu antigo inimigo da Guerra Fria, como uma ameaça existencial e justificou a sua ofensiva na Ucrânia em parte pelas ambições de Kiev de aderir à Aliança Atlântica e pelo apoio político e militar ocidental ao vizinho da Rússia.
A UE, a par de países como os Estados Unidos ou o Japão, decretou sanções económicas duras contra a Rússia por ter invadido a Ucrânia, em 24 de fevereiro.
Na capital do Tajiquistão, Lavrov disse ter informado os seus homólogos da Comunidade de Estados Independentes (CEI) sobre as “consequências negativas que as ações absolutamente inaceitáveis do Ocidente têm em relação ao que está a acontecer na Ucrânia”.
Criada em 1991, a CEI integra as antigas repúblicas soviéticas da Arménia, Azerbaijão, Bielorrússia, Cazaquistão, Federação Russa, Quirguistão, Moldava, Tajiquistão, Turcomenistão e Uzbequistão.
Comentários