Já no Luxemburgo, país que tem a remuneração mínima mais elevada na União Europeia (UE), o aumento foi de 15,8%, ao passo que a Letónia, país com o salário mais baixo, a variação foi de 39,2%, lê-se no estudo elaborado pelos institutos nacionais de estatística português e espanhol, denominado “Península Ibérica em Números – 2022”, hoje divulgado.
O documento refere ainda que a Espanha registou em 2021 a taxa de desemprego mais elevada da União Europeia (14,8%), sendo seguida de muito perto pela da Grécia (14,7%).
Portugal, com 6,6%, esteve 0,4 pontos percentuais (p.p.) abaixo do valor apurado para UE no seu todo, tendo a Chéquia sido o país com o registo mais baixo (2,8%).
O risco de pobreza ou exclusão social em Espanha “era claramente mais elevado (27,8%) do que o registado em Portugal (22,4%)” em 2021, sendo os dois indicadores superiores ao estimado para o conjunto da UE (21,7%).
Na população jovem, entre 15 e 29 anos, as posições eram diferentes, com o risco em Portugal (22,2%) a ser inferior aos 31,3% de Espanha e da média da UE (25,3%).
O nível de preços em 2021 foi superior em Portugal ao de Espanha “na maioria dos agregados considerados em contabilidade nacional”, refere o documento, que destaca que as exceções foram ‘acessórios para o lar’ e ‘restaurantes e hotéis’.
Já nas ‘comunicações’ os preços “foram praticamente idênticos e estiveram muito acima da média apurada para a União Europeia”.
No período entre 2014 e 2021, a variação média anual do Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) “seguiu trajetórias de sentido idêntico entre os dois países, com exceção do ano 2016 (variações de 0,7 p.p. em Portugal e de -0,4 p.p. em Espanha, face ao ano anterior)”.
No IHPC para alimentos e bebidas não alcoólicas, “apenas no primeiro ano desta década se observaram valores negativos”, tendo as variações mais elevadas ocorrido em 2020 — Portugal 2,1 p.p., Espanha 2,4 p.p. e UE 2,5 p.p..
As taxas de natalidade, por sua vez, seguiram evoluções distintas nos dois países ao longo da década 2012-2021. Enquanto em Portugal a mortalidade “foi sempre mais elevada que a natalidade, a qual atingiu em 2021 o seu valor mais baixo e a maior diferença face à mortalidade (-4,4 p.p.)”, Espanha registava em 2012 uma taxa de natalidade superior em 1,2 p.p. à da mortalidade, tendo invertido esta tendência em 2017.
No mesmo período, a idade média das mulheres que são mães pela primeira vez aumentou de forma contínua nos dois países, “sempre mais elevada em Espanha do que em Portugal”, tendo em 2021 alcançado 30,9 anos em Portugal e 31,5 anos em Espanha.
Entre 2012 e 2021, o abandono precoce de educação e formação diminuiu fortemente em Portugal (-14,6 p.p.), tendo atingido, no final, “um valor claramente inferior ao apurado para a União Europeia”. Em Espanha este indicador também recuou, 11,4 p.p., mas, ainda assim, “mais que duplicava o verificado em Portugal”.
A proporção de empregados com instrução de nível superior é “claramente mais elevada em Espanha do que em Portugal e na União Europeia como um todo”, tendo em 2021 a expressão dessas diferenças sido de mais 12,0 p.p. face a Portugal e mais 10,7 p.p. relativamente à UE.
A nível energético, Portugal, Espanha e UE ficaram em 2020 acima do objetivo para 2030 da contribuição das energias renováveis para o consumo final. Portugal apresentava 34,0% contra um objetivo de 31%, Espanha 21,2% contra 20% e a UE 22,1% contra 20%.
Entre 2012 e 2021, o Produto Interno Bruto ‘per capita’ em Portugal foi “sempre inferior ao verificado em Espanha, com diferenças que oscilaram entre 15 PPS [Paridades de Poder de Compra Padrão] e 12 PPS até 2019”.
“Desde então, ambos os países registaram quebras neste indicador, que foram mais acentuadas em Espanha, pelo que as diferenças nos últimos dois anos da série foram de -8 PPS e -10 PPS, respetivamente”, explicam no documento.
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