Após eleições antecipadas e enquanto se aguarda pelos votos dos emigrantes, a Lusa perguntou a alguns cidadãos, em Lisboa, que medidas económicas gostavam de ver implementadas na próxima legislatura.
Paulo Sousa, professor e empresário, refere que é necessário “liberalizar as leis do trabalho” e “aumentar os salários”, defende a realização de “parcerias público privadas” na saúde e insiste que é necessário ter a “justiça a funcionar” pois são “decisões muito rápidas o que as empresas precisam”.
Entre os cidadãos questionados pela Lusa, estava o presidente do Sindicato dos Jornalistas, Luís Simões, que disse ser necessária uma “melhoria nas condições de trabalho e nos salários”.
Um dia antes da greve geral dos jornalistas, o presidente do sindicato apela a que o trabalho seja valorizado o que é “fundamental para uma sociedade equilibrada e saudável”.
O preço da habitação é um tema igualmente relevante para os portugueses e Lurdes, de 52 anos e gestora hoteleira, acredita que o que mais impactou as famílias “foi o aumento [do preço] da habitação”, o que a jurista, Mariana Amaral considera ser uma questão para a próxima legislatura, acrescentando que é necessário melhorar as “condições de habitação para a juventude”.
A cultura também é referida por Filipa, docente da Escola Superior de Comunicação Social, que considera que a “cultura é fundamental e tem sido muito descartada”, acrescentando ser necessário “chegar a 1% do ponto de vista do orçamento para a cultura”.
Filipa considera ainda que aumentar o orçamento para a cultura é “algo que vai ser difícil por causa da questão militar”, pois “será inevitável o aumento das despesas para a defesa” devido à situação internacional, nomeadamente com a guerra na Ucrânia.
Os transportes não ficam de lado e Catarina Moita, estudante de Relações Públicas e Comunicação Empresarial, diz ser necessário continuar com o “progresso que tem sido feito” e considera que os passes gratuitos para os estudantes são algo “bastante importante” e que afeta “principalmente quem tem mais dificuldades económicas e quem vem de longe”, para além disso admite que, após as eleições, é algo que teme “que deixe de acontecer”.
Relativamente aos impostos, Joana, de 28 anos, defende “uma redistribuição mais justa do dinheiro dos impostos” e que é preciso garantir “que toda a gente tem acesso aos cuidados mínimos de um estado social”.
Contrastando com aquela opinião, Humberto acredita que “do ponto de vista do crescimento económico […] era importante a alteração dos impostos”.
No domingo, as duas coligações lideradas pelo PSD conseguiram 79 eleitos – dos quais 77 sociais-democratas e dois do CDS-PP – e 1.810.871 votos, cerca de 50 mil a mais do que o PS, que elegeu, por enquanto, 77 deputados.
A confirmar-se a vantagem, depois de apurados os círculos da Europa e Fora da Europa, o regresso à chefia do Governo do PSD parece assegurado com a garantia do secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, de que os socialistas não votarão qualquer moção de rejeição, embora recusando ser suporte de um executivo minoritário no parlamento.
O Chega quadruplicou o número de deputados eleitos face às últimas eleições legislativas, em 2022, e ultrapassou um milhão de votos, de acordo com os dados provisórios da Secretaria-geral do Ministério da Administração Interna, elegeu 48 deputados, numa altura em que ainda falta atribuir os quatro mandatos pela emigração (círculos da Europa e Fora da Europa).
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