Durante uma semana, todas as manhãs, às 8h00, centenas de pessoas de camisa e calças brancas com lenço e cinto vermelhos tentam chegar o mais próximo possível de seis touros — ladeados por seis novilhos — enquanto percorrem as ruas estreitas da cidade.
O percurso termina na arena onde os touros são mortos, à tarde, pelos grandes nomes das touradas.
A corrida ou "encierro" faz a cada ano vários feridos. Pelo menos 16 pessoas morreram desde 1911, a última em 2009. Em 2018, 42 ficaram feridas.
Este ano, as corridas estão a ser marcadas pelo incentivo a protestos. As críticas referem vários aspetos, alegando principalmente o facto de os animais serem treinados para seguir em manada. É apontado ainda o uso de antiderrapante pelas ruas, de forma a tornar as largadas mais seguras — mas, embora seja mais seguro para quem corre, os touros não conseguem deslizar nem cair, o que reduz os momentos de desafio para quem se aventura à frente dos animais, argumentam.
Uma mensagem que circulou no WhatsApp na quarta-feira referia que as largadas estão a ser "adulteradas" e que perderam a essência. Por isso, apelou-se aos participantes que se sentassem em vez de correrem. Ontem, quinta-feira, dezenas ficaram no chão, em protesto, em vez de partirem à frente dos touros.
Esta manhã não foram registados protestos, mas o autarca de Pamplona trouxe declarações que estão a aguçar a polémica. Segundo o El País, Enrique Maya defendeu o uso do antiderrapante, referindo que é algo que está a funcionar e que não vai ser alterado. "Sendo removido há riscos sérios, mesmo a morte. Eu teria uma tremenda responsabilidade, também pessoal, até criminosa".
Hoje, a largada contou com um total de dois minutos e dezoito segundos de duração e registaram-se seis feridos. Desde o início das festas deste ano contabilizam-se já 70 pessoas feridas.
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