“Espanha vai contar com mais quatro anos de Governo progressista, com mais quatro anos de avanços sociais, de estabilidade institucional e de convivência”, afirmou, numa intervenção no congresso do Partido socialista Europeu (PES), na cidade espanhola de Málaga.
Sánchez vai liderar um Governo de coligação de esquerda formado pelo partido socialista espanhol (PSOE) e pelo Somar, mas para ser viabilizado pelo parlamento contará com o apoio dos deputados de mais seis partidos regionalistas, nacionalistas, independentistas, das Canárias, Catalunha, Galiza e País Basco, uns de esquerda e outros de direita.
“As eleições [de 23 de julho] disseram que Espanha só pode ser governada se se reconhece o pluralismo político do país e a sua diversidade territorial”, defendeu Sánchez hoje, depois de ter fechado os últimos acordos para a viabilização do novo Governo na sexta-feira.
O PSOE foi o segundo partido mais votado nas eleições e Sánchez espera ser reconduzido primeiro-ministro na próxima semana, depois de já ter havido no final de setembro uma tentativa falhada de formação de um Governo de direita do Partido Popular (PP).
Sánchez pediu hoje à direita para aceitar os resultados das eleições de 23 de julho e a legitimidade do próximo Governo, num momento em que tem havido manifestações diárias nas ruas de várias cidades contra os acordos fechados pelo PSOE para continuar no Governo, em especial contra a amnistia de independentistas catalães negociada com partidos da Catalunha.
As manifestações diárias têm sido convocadas para a frene de sedes do PSOE nas redes sociais por grupos de extrema-direita e são apoiadas pelo partido Vox, a terceira maior formação no parlamento de Espanha.
O PP demarcou-se destas manifestações, que no caso de Madrid já acabaram por diversas vezes com distúrbios e cargas policiais, além de serem entoados cânticos e exibidos símbolos fascistas e da ditadura espanhola de Francisco Franco.
Mas o PP tem apelado também ao protesto, pacífico, e convocou manifestações para domingo em 52 cidades espanholas.
Sánchez pediu hoje em Málaga “mesura e cordura” ao PP, que considerou estar “desnorteado” e de ser “incapaz de fazer frente à ultra direita mais reacionária”, lembrando os acordos de coligação do Partido Popular com o Vox nos governos de cinco regiões autónomas e centenas de municípios.
O líder do PSOE afirmou que a “direita tradicional está parasitada” nos seus conteúdos e propostas pela extrema-direita e lembrou ao PP que quando tentou formar Governo depois de ter sido o mais votado nas eleições de 23 de julho só teve um único apoio, o do Vox.
Já o PSOE conseguiu fechar acordos com todos os outros partidos representados no parlamento que garantem, à partida, o apoio à reeleição de Sánchez como primeiro-ministro de uma maioria absoluta de 179 dos 350 deputados do parlamento, “todos eles legítimos representantes” dos espanhóis, realçou.
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