"Sobre o decreto presidencial relativo a ginásios e salões de beleza, aqui em São Paulo o governo respeita e ouve o seu secretário da Saúde, o seu comité da Saúde. Comité de saúde e secretário indicam que ainda não temos condições sanitárias seguras para autorizar a abertura de ginásios, salões de beleza e barbearias neste momento", disse Doria numa conferência de imprensa.
O governador disse que está preocupado com as consequências que a abertura poderia ter para os trabalhadores nessas áreas. "O nosso maior respeito com esses profissionais é garantir a sua vida e a sua saúde", declarou.
O estado de São Paulo, o mais rico e populoso do país, está em quarentena parcial desde dia 24 de março, sendo também o epicentro da covid-19, já que concentra mais de um quarto dos casos da doença e 42% das mortes causadas pela pandemia no país.
O período estabelecido de quarentena atualmente, vigente até 31 de maio, apenas autoriza a operação de lojas e estabelecimentos classificados como essenciais, como supermercados, hospitais, farmácias e bancos.
Bolsonaro incluiu na última segunda-feira nessa lista cabeleireiros, ginásios e barbearias. Porém, pelo menos dez governadores, especialmente do Norte e Nordeste, anunciaram a sua decisão de ignorar a ordem do presidente.
Dimas Covas, coordenador do Comité de Saúde do Estado de São Paulo, lembrou que a disseminação do coronavírus ocorre através das gotículas e também quando se entra em contato com superfícies contaminadas.
O especialista explicou que higienizar os ginásios é algo "muito complicado", já que "são ambientes favoráveis à contaminação", lembrando também que nos salões de beleza "o contato é muito próximo". Justificar a reabertura desses espaços "não tem nenhum cabimento científico", ressalvou.
Atualmente, o cumprimento das medidas de isolamento em São Paulo é relativo, com uma taxa que varia entre 47% e 59%. As autoridades de saúde afirmam que o ideal seria atingir 70%.
Bolsonaro atacou repetidamente Doria, que agora vê como um rival político. O governador, por sua vez, desafiou o presidente, reiterando durante todo o dia que apenas seguirá as diretrizes científicas dadas pelas autoridades de saúde.
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