Estas posições foram transmitidas por António Costa em conferência de imprensa, após ter estado reunido com o seu homólogo romeno, Nicolae Ciucâ, e os ministros da Defesa dos dois países terem assinado um acordo de cooperação militar, que revê e aprofunda um anterior acordo de 1995.
“Somos plenos apoiantes da adesão da Roménia ao espaço Schengen. Essa integração no espaço Schengen facilitará seguramente a circulação dos romenos em direção a Portugal, dos romenos residente em Portugal na vida ao seu país e o intercâmbio entre os dois povos”, afirmou o líder do executivo português, numa declaração em que elogiou o papel desempenhado pela comunidade romena em Portugal.
António Costa disse depois que, durante as conversações com o primeiro-ministro da Roménia, foram identificados novos domínios de cooperação nas áreas económica e energia.
“As oportunidades que os PRR abrem aos dois países oferecem também oportunidades de trabalharmos em conjunto, explorando sinergias e, com isso, rentabilizarmos os apoios concedidos pela União Europeia”, sustentou o primeiro-ministro português.
Antes, o primeiro-ministro romeno tinha demonstrado interessado em explorar parcerias com Portugal na área das energias renováveis e apontou que os dois países têm “interesses em comum” no domínio do desenvolvimento de baterias.
Costa adverte que “desafio global” da Rússia estende-se ao continente africano
Esta posição de António Costa foi transmitida em conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo romeno, Nicolae Ciucâ, após os dois países terem assinado um acordo de cooperação na área da Defesa.
Na resposta a uma questão colocada por uma jornalista romena sobre a presença militar portuguesa na Europa de Leste, António Costa sustentou que “Portugal tem um vasto compromisso com a NATO, com a União Europeia e com as Nações Unidas de utilização das forças nacionais destacadas em diferentes territórios”.
“Designadamente com as Nações Unidas e União Europeia, temos missões em vários países africanos. E é muito importante não ignorar que o desafio global que a Rússia representa se coloca na fronteira europeia do flanco leste, mas também no continente africano”, apontou.
Entre as missões militares em que Portugal participa no continente africano, a da República Centro Africana, que o primeiro-ministro visitou em dezembro passado, é considerada uma das mais problemáticas.
No caso da Europa, António Costa destacou as missões militares nacionais nos países bálticos e também na Roménia”.
Na conferência de imprensa, os dois primeiros-ministros manifestaram apoio à adesão da Finlândia e da Suécia à NATO, mas o líder do executivo romeno falou também em defesa do desenvolvimento dos processos de adesão da Ucrânia, Geórgia e Moldávia à União Europeia.
Na questão da ameaça de veto da Turquia à entrada dos dois países escandinavos na NATO, os dois chefes de Governo responderam com prudência, acentuando a questão da vertente diplomática.
António Costa reiterou a tese de que se trata “de uma opção livre de dois Estados soberanos e que irão seguramente contribuir para o reforço da Aliança Atlântica”.
“A adesão destes dois países é um sinal de uma das dimensões importantes da derrota estratégica que a Rússia está a sofrer. Quando pensou que enfraqueceria a União Europeia e dividiria a NATO, a verdade é que a União Europeia tem sabido demonstrar uma unidade reforçada e a NATO tem também apresentado um reforço”, sustentou.
No que respeita às ameaças de veto à Suécia e Finlândia por parte do regime de Ancara, o primeiro-ministro português referiu que os Estados-membros da NATO têm todos de aprovar essas candidaturas.
“Seguramente encontrarão o espaço de diálogo diplomático adequado para ultrapassar as divergências ou dúvidas que existam. Tal como tem acontecido ao longo da História, a NATO sairá reforçada desses pedidos de adesão”, acrescentou.
(Artigo atualizado às 10:13)
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