“Tenho a profunda convicção que o sistema de proteção civil funcionou. O funcionar sem falhas ou 100% na perfeição é uma coisa muito difícil de acontecer sobretudo quando temos operações com a complexidade desta operação, quando o fenómeno que está na base desta ocorrência é um fenómeno tão complexo como aquele que tivemos”, disse Patrícia Gaspar, em declarações à agência Lusa.
A secretária de Estado sustentou que a situação meteorológica que afetou a região de Lisboa na noite de 07 de dezembro “foi um episódio muito complexo” e “muito pequeno na escala temporal e no território geográfico que abrangeu”.
“Quanto mais pequenos são estes fenómenos mais difícil é a sua previsão. Era muito difícil para o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) conseguir prever que tipo de fenómeno, onde e quando ia acontecer. A partir do momento em que as coisas foram sendo mais conhecidas, em que a perceção foi ganhando forma, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil atuou imediatamente em duas grandes dimensões”, precisou.
Segundo Patrícia Gaspar, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) atuou na dimensão de “desencadear as operações de resposta, de socorro e de proteção à população” e de “aviso à população que estava na zona potencialmente afetada”.
“A ANEPC avisou as pessoas a partir do momento em que teve a informação e a perceção do que efetivamente estava a acontecer com base na informação que o próprio IPMA lhes transmitiu e desencadeou os mecanismos de alerta ao sistema para reforçar o número de operacionais disponíveis e também a sua própria prontidão. O tempo de reação passou a ser mais curto para que se pudesse responder com mais eficácia a eventuais situações de socorro”, disse.
Questionada sobre os motivos de a ANEPC não ter enviado, em 07 de dezembro, um SMS preventivo à população do distrito de Lisboa, ao contrário do que aconteceu na passada segunda-feira, a governante referiu que “quando efetivamente se percebeu o que estava acontecer as coisas já estavam a acontecer”.
“Não foi possível infelizmente perceber com mais tempo o que íamos ter, não fazia sentido quando a situação já estava em curso estar a enviar um SMS, que é sobretudo um instrumento preventivo, para que as pessoas estejam atentas e despertas para a uma determinada situação e possam promover também a sua auto-proteção e auto-segurança”, salientou.
Por sua vez, frisou, na segunda-feira, quando o mau tempo afetou vários distritos de Portugal continental, a informação foi atempada.
Patrícia Gaspar referiu que a situação meteorológica da passa segunda-feira foi diferente e “teve uma expressão muito mais alargada, quer em termos temporais, quer em termos territoriais”, pelo que existiu “uma capacidade maior ao nível da antecipação”.
“Como tivemos essa capacidade de antecipação, aí sim fez sentido o alerta preventivo”, disse.
A secretária de Estado disse ainda que a coordenação entre todas as entidades envolvidas nas operações de proteção e socorro às populações afetadas existiu, considerando que Portugal tem “um excelente sistema de proteção civil” e “uma excelente articulação com todos os organismos que partilham responsabilidades nesta matéria”.
“Todos aqueles que eram relevantes para aquele sistema estavam a trabalhar em conjunto no centro de operações da ANEPC. A articulação com as autarquias, que tem um papel fundamental de primeira linha na resposta, foi assegurada através dos Comandos Distritais de Operações e Socorro (CDOS), concluiu.
Os distritos mais afetados pela chuva intensa que caiu esta semana foram Lisboa, Setúbal, Santarém, Coimbra e Portalegre, enquanto na noite de 07 de dezembro o mau tempo atingiu a área metropolita de Lisboa.
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