"O primeiro-ministro já fez o esclarecimento. Ninguém foi mandado calar pela Proteção Civil, a comunicação social foi reorientada para uma explicação muito mais concisa e profissional sobre o que está a acontecer nos teatros de operações em todo país", disse Jorge Gomes.
O secretário de estado esteve hoje no Barreiro, distrito de Setúbal, para a assinatura de protocolos com as duas corporações de bombeiros do concelho, para constituição da IEP (Equipa de Intervenção Permanente) com a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Sul e Sueste e da EIPIM (Equipa de Intervenção Permanente de Iniciativa Municipal) com a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Barreiro - Corpo de Salvação Pública.
A Autoridade Nacional da Proteção Civil (ANPC) anunciou na terça-feira que vai fazer dois ‘briefings’ diários, incluindo aos fins de semana, sobre os incêndios no país, um de manhã e outro ao final do dia, dispensando os comandantes distritais de falar com a comunicação social.
O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, acusou o Governo de impor a "lei da rolha" aos serviços de proteção civil, por ter como "política primeira a da comunicação".
Também o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses já veio acusar a ANPC de aplicar a "lei da rolha", em reação às novas regras de comunicação.
Jorge Gomes defendeu hoje que é importante que a informação chegue com "uma visão global" do que está a acontecer, sendo "precisa e técnica".
"A oposição tem o direito de comentar na sua forma de ver. O que entendemos é que um comandante operacional é sujeito a uma pressão e necessidade de resposta permanente e constante da comunicação social, e os comandantes operacionais têm que estar concentrados na sua atividade", salientou.
O secretário de estado acrescentou que os comandantes distritais são "homens que comandam as operações dentro do seu distrito", sendo essa a sua função, e que foi criada esta forma que comunicar que se entende que é a melhor.
"Foi criada pela ANPC e não pelo Governo, e eu enquanto governante concordo. O país está a ser melhor informado. Convido todos os jornalistas a visitarem o Comando de Operações Nacional, porque tudo o que está a acontecer em qualquer lugar neste país está refletido no comando nacional", salientou.
Jorge Gomes deu um exemplo: "Nenhum meio aéreo atua que não seja decidido em Carnaxide pelo comandante nacional. Isto quer dizer que tem um conhecimento do que se está a passar no terreno".
Sobre a auditoria às falhas do SIRESP (Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal), o secretário de estado referiu que está a decorrer, mas salientou que o Governo vai imputar ao SIRESP as responsabilidades que venha a ter.
"O SIRESP tem responsabilidades. É uma empresa privada e não deixaremos de imputar as responsabilidades que o SIRESP venha a ter. O Governo exige à entidade que tem a responsabilidade do SIRESP que não possa haver mais falhas", disse.
Sobre o inquérito da Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) ao incêndio em Pedrogão Grande, Jorge Gomes garantiu que não se vai eternizar no tempo.
"A IGAI está a fazer o inquérito, mas não pensem que se vai eternizar no tempo. Tudo está a ser feito para termos respostas rápidas, mas é trabalho tem que ser feito com o tempo necessário. Parece muito um mês, mas para fazer inquéritos e relatórios sobre uma ocorrência daquelas é preciso algum tempo", frisou.
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