Carlos Silva falava numa sessão comemorativa do 40.º aniversário da União Geral dos Trabalhadores (UGT), na sede desta central sindical, em Lisboa, na presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, do ministro do Trabalho, Vieira da Silva, e dos secretários de Estado do Emprego, Miguel Cabrita, e da Administração Pública, Maria de Fátima Fonseca, a quem se dirigiu.
“Senhora secretária de Estado, estamos todos convocados a encontrar soluções que compaginem o rigor das contas públicas e as justas e legítimas expectativas dos trabalhadores da Administração Pública. Estamos todos disponíveis para encontrar uma solução”, declarou, depois de se referir à greve da função pública desta sexta-feira.
Mais à frente, Carlos Silva reforçou esta mensagem, dirigindo-se ao ministro do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social e ao secretário de Estado do Emprego: “Bem sabe o senhor ministro Vieira da Silva e o senhor secretário de Estado do Emprego, Miguel Cabrita, que a UGT se posiciona sempre, sempre do lado da solução. Assim foi durante os últimos 40 anos. Assim continuará a ser. É uma jura solene do secretário-geral”.
Carlos Silva descreveu a UGT como uma central sindical com “40 anos de investimento numa cultura do compromisso, de defesa do diálogo social e da concertação, do investimento na paz e na estabilidade política, contrariando todos quantos desejavam o exclusivo da representação sindical dos trabalhadores portugueses”, numa alusão à CGTP.
“Senhor Presidente da República, reafirmo solenemente, 40 anos depois, o desejo ardente de liberdade e de pluralismo democrático. Esta é a voz da UGT, com a sua postura moderada e perseguidora de consensos, como expressões mais sentidas desta realidade a que Portugal se habituou nos últimos 40 anos, a nossa cultura do compromisso, em defesa dos trabalhadores portugueses e de Portugal, sem tergiversar ou ceder no essencial”, afirmou.
Quanto à greve desta sexta-feira, convocada pela Frente Comum, da CGTP, à qual se juntaram os sindicatos da função pública da UGT, apontou-a como um momento de “unidade na ação” e de “luta e reivindicação por melhores condições de vida e de trabalho, depois de dez anos amargos sem aumentos salariais e com as suas carreiras congeladas sem resolução aceitável à vista”.
Na sua intervenção, Carlos Silva dirigiu-se ainda ao secretário de Estado da Valorização do Interior, João Catarino, também presente nesta sessão comemorativa, a quem prometeu que “pode contar com a UGT neste desígnio novo no discurso e na práxis política” de combate às assimetrias territoriais, mas “antigo na vontade das gentes que por lá vivem”.
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