A Associação Canadiana de Futebol (CSA, na sigla em inglês) “disse-nos que considera a nossa ação laboral uma greve ilegal”, escreveram as jogadoras, num comunicado de imprensa, divulgado no sábado.
As jogadoras disseram terem sido ameaçadas, numa reunião com representantes da CSA, com futuras “medidas legais” para as “forçar a voltar ao campo”, juntamente com indemnizações “que podem atingir milhões de dólares em danos e juros”.
A seleção feminina desistiu assim da greve, que durou apenas um dia, e regressa hoje aos treinos para uma partida contra os Estados Unidos da América, na quinta-feira, a contar para o torneio SheBelieves Cup.
No comunicado, as jogadoras descreveram os cortes orçamentais do futebol feminino como “inaceitáveis”, lamentaram o fato de terem de lutar por “tratamento justo e equitativo” e denunciaram a falta de respeito da CSA em comparação com a seleção masculina.
Segundo a capitã Christine Sinclair, a CSA deu em 2021 mais de 11 milhões de dólares canadianos (mais de 7 milhões de euros) à equipa masculina e cerca de cinco milhões (cerca de 3,5 milhões de euros) à equipa feminina.
Num comunicado, os jogadores da seleção masculina do Canadá disseram que “apoiam de todo o coração” a luta laboral da equipa feminina e acusaram a CSA de falta de transparência na utilização dos recursos financeiros.
Em junho, a seleção masculina do Canadá, de que fazem parte Stephen Eustáquio, do FC Porto, e Steven Vitória, do Chaves, recusou defrontar o Panamá, em encontro particular, devido à insatisfação pelo comportamento da CSA.
Entre a lista de exigências estava “uma distribuição equitativa de rendimentos com a seleção feminina, incluindo a mesma percentagem sob os prémios de participação no Mundial”, e “o desenvolvimento da liga feminina”.
O Canadá, sexto lugar no ranking da FIFA e atuais vencedoras do torneio olímpico de futebol, é uma das favoritas para o Mundial feminino, que este ano se disputa na Austrália e na Nova Zelândia, entre 20 de julho e 20 de agosto, sendo o primeiro a contar com 32 seleções.
Em 2017, a seleção feminina de futebol da Dinamarca falhou um jogo de qualificação para o Mundial, contra a Suécia, após terem falhado negociações salariais entre a federação a as jogadoras.
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