Em entrevista publicada na terça-feira pela revista Variety, o diretor do festival, Thierry Framaux, considerou que este seria “um modelo que não funcionaria” devido à “alma, história e eficiência” de Cannes.
“Devemos primeiro perguntar aos detentores dos direitos se eles concordam”, acrescentou, citado pela agência EFE.?
O diretor do festival questionou ainda se os estúdios aprovariam a ideia de apresentar, pela primeira vez, os seus principais projetos ‘online’.
“Os filmes de Wes Anderson e Paul Verhoeven num computador? Conhecer o ‘Top Gun 2′ ou o novo ‘Soul’ da Pixar num outro lugar que não seja o cinema?”, realçou.
Segundo Thierry Framaux, estes “são filmes que foram adiados para serem lançados no ‘grande ecrã'”.
“Se todos os festivais forem cancelados, teremos de pensar numa maneira de exibir os filmes, para evitar desperdiçar um ano, mas não acho que uma alternativa precária e improvisada de Cannes ou Veneza seja a solução”, destacou Thierry Framaux.
Desde que foi veiculada a possibilidade de estes eventos se realizarem através da Internet, aumentaram as tensões acerca da pirataria, a Internet e a exibição nos cinemas.
“Os diretores dos filmes são motivados pela ideia de exibirem os seus filmes num ‘grande ecrã’ e compartilhá-los com outras pessoas em eventos como festivais, não para que o seu trabalho termine num iPhone”, afirmou Thierry Fremaux.
A 73.ª edição do Festival de Cinema de Cannes, anunciada para 12 e 23 de maio, vai ser adiada para junho ou julho, devido à pandemia de Covid-19, anunciaram em 19 de março os organizadores.
“O Festival de Cannes não poderá decorrer nas datas previstas, de 12 a 23 de maio. Várias possibilidades estão a ser estudadas, de modo a preservar o seu funcionamento, sendo a principal um simples adiamento para o final de junho ou início de julho”, podia ler-se no comunicado publicado na página oficial do festival.
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