No ano passado, a rede nacional Cáritas registou mais de 120 mil atendimentos.
Para o presidente da Cáritas Portuguesa, Eugénio Fonseca, estes dados representam “uma leitura da sociedade portuguesa” que “continua a dizer que há um número demasiado elevado de pessoas que enquanto aguardam por medidas de política redistributivas mais equitativas, necessitam de apoio da sociedade civil para poderem responder às necessidades básicas de sobrevivência e de dignidade humana”.
“Juntos numa só Família Humana” é o tema da Semana Nacional da Cáritas que, segundo Eugénio Fonseca, tem como um dos objetivos “contribuir para a conscientização do povo português para as necessidades emergentes do desenvolvimento humano e para os valores que lhe estão subjacentes”.
Durante a iniciativa, que termina no domingo, dia 24, as diferentes Cáritas diocesanas promovem momentos de envolvimento público e de animação local e, a nível nacional, decorrerá o peditório público entre 21 e 24 de março, que em 2018 angariou 181.487,95 euros que foram aplicados nos diferentes projetos diocesanos de apoio socioeconómico à população carenciada.
“Este é um momento que a Cáritas privilegia não apenas pela sua dimensão de angariação de verbas, que se destinam à ação social local de todas as Cáritas diocesanas, mas por ser uma oportunidade de contacto direto com a população, com aqueles que apoiam a missão da Cáritas e, também, em muitas situações, com aqueles que são beneficiários da ação da Cáritas em Portugal”, afirma a instituição.
Numa mensagem para a Semana Nacional da Cáritas, D. José Traquina, presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, defende que “há que cuidar do mundo, cuidando da qualidade de vida dos mais pobres”.
“A solidariedade não pode permanecer no abstrato. A missão da Cáritas é despertar para esta solidariedade no concreto”, diz D. José Traquina.
Também Guilherme d’Oliveira Martins, administrador executivo da Fundação Calouste Gulbenkian, deixou uma mensagem, em que afirma que, na Semana Nacional da Cáritas, “importa pôr a tónica no papel fundamental das organizações de proximidade”.
“Falamos da salvaguarda da diversidade, da complementaridade e da consideração de ‘uma só família humana’. Longe de uma noção fechada de unicidade, temos de ver o outro como a outra metade de nós mesmos. Diferença e igualdade são faces da mesma moeda”, sublinha Guilherme d’Oliveira Martins.
A iniciativa também é assinalada pelo antigo Presidente da República Ramalho Eanes numa mensagem, em que realça a “ação empenhada, sistemática e intransigentemente persistente” da Cáritas, considerando que é “um exemplo do que podem ser as organizações da sociedade civil e do papel que podem ter a nível nacional e mundial na defesa dos direitos do Homem”.
No ano passado, a Cáritas prestou apoio a 1.730 vítimas de enxurradas em Moçambique, a 3.750 vítimas dos incêndios na Grécia, no Sudão do Sul, num projeto de apoio à melhoria da segurança alimentar (500 pessoas apoiadas), entre outras situações.
A rede Cáritas é constituída, em Portugal, por vinte Cáritas Diocesanas.
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