Jovens de todo o mundo unem-se a cada dia num movimento iniciado pela ativista sueca de 16 anos Greta Thunberg, que começou por faltar às aulas para se sentar com um cartaz em frente ao parlamento sueco, no ano passado, para exigir medidas políticas em defesa dos recursos do planeta.
Em Portugal hoje estão a decorrer múltiplas iniciativas associadas a uma greve às aulas, ao trabalho e ao consumo.
Milhares de pessoas estão concentradas no Cais do Sodré, em Lisboa, assumindo-se como sendo o “plano B” para resolver os problemas do mundo e acusando os decisores políticos terem falhado. Várias centenas de jovens cortaram também esta tarde a Avenida Almirante Reis, junto ao Banco de Portugal, numa manifestação pacífica para exigir políticas consistentes para combater as alterações climáticas.
Cerca de 1.500 jovens protestaram hoje no Porto contra as alterações climáticas, exibindo mensagens que reuniam a crítica política ao alerta por decisões em prol do planeta, numa manifestação que juntou de crianças a idosos.
Algumas centenas de pessoas, maioritariamente estudantes, marcharam hoje em Coimbra em defesa do ambiente, desde a Alta até à Baixa da cidade, entoando cânticos e empunhando cartazes a solicitar medidas para salvar o planeta.
Na Guarda, cerca de 200 estudantes participaram numa marcha pelas ruas do centro da cidade a exigir "justiça climática".
Também na Lousada, centenas de adolescentes, a maioria alunos da secundária, muitos vestidos de negro e com megafones, marcharam gritando palavras de ordem em defesa do ambiente.
Em Braga, o protesto "pela espécie" juntou cerca de 40 manifestantes "mais miúdos que graúdos", que exigiram medidas "urgentes e eficazes" contra as alterações climáticas e a "possibilidade de terem um futuro".
Meia centena de pessoas estiveram hoje concentradas no Jardim das Descobertas, em Sines, no distrito de Setúbal, em protesto pelas alterações climáticas, sendo que várias dezenas de crianças e jovens e alguns adultos desfilaram hoje pelas principais ruas do centro histórico de Évora para exigir ao Governo uma alteração de políticas e medidas em defesa do planeta.
Cerca de 300 pessoas marcharam esta tarde pelo clima, em Faro, numa caminhada de dois quilómetros pela cidade, onde reivindicaram o que consideram ser essencial para ainda se salvar o planeta.
A jovem ativista sueca Greta Thunberg tomou parte na jornada que se deu no Québec, no Canada, onde exortou o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau e outros líderes mundiais a fazerem mais pelo meio ambiente.
O movimento “Sextas-feiras pelo Futuro” levou ainda milhares de pessoas a concentraram-se hoje em várias cidades de Itália e da Holanda.
Nas palavras do secretário-geral da ONU, António Guterres, os jovens demonstram liderança e estão “absolutamente corretos” na pressão exercida para “fazer melhor e unir através da ciência”.
Apesar de os países se terem comprometido a reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, estas têm vindo a aumentar todos os anos. Os gases com efeito de estufa, que provocam o aquecimento global de que resultam as alterações climáticas, são, para Guterres, o maior problema da humanidade.
O aquecimento global provoca o degelo das calotes polares, a subida do nível do mar, a acidificação dos oceanos, a destruição de ecossistemas, a extinção de espécies e fenómenos meteorológicos extremos cada vez mais intensos e frequentes.
Mais de 30 líderes mundiais, entre os quais o presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, juntaram-se na semana passada num apelo à comunidade internacional e aos estados subscritores do Acordo de Paris para que 2019 seja “o ano da ambição climática”.
Numa declaração conjunta, reconhecem que as medidas atuais “não são suficientes para atingir as metas de longo prazo estabelecidas no Acordo de Paris” e que tem de ser feito mais, numa ação rápida, decisiva e conjunta.
O tema não é consensual e gere-se antagonicamente em grandes países como o Brasil. A região nordeste, governada por partidos de oposição ao presidente, Jair Bolsonaro, apresentou em Nova Iorque, na Semana do Clima da ONU, medidas de preservação dos recursos naturais.
À margem da Cimeira da Ação Climática, convocada por António Guterres e que realizou na segunda-feira, 16 jovens, incluindo Greta Thunberg, anunciaram uma ação judicial contra cinco países, alegando inação em relação às alterações climáticas.
Os estados visados são Alemanha, França, Argentina, Brasil e Turquia.
As alterações climáticas, a par das ameaças ao Golfo Pérsico e na Faixa de Gaza, as crises na Síria, no Iémen, e na Venezuela, centraram os trabalhos da assembleia geral da ONU, iniciada na terça-feira, em Nova Iorque.
(Notícia atualizada às 20h18)
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