“De facto, o ministro [da Educação] está a arrastar e tem uma postura não dialogante e de imposição. Por isso, seja o primeiro-ministro, seja o ministro das Finanças, claramente, pelos vistos, têm que vir para a mesa negocial”, alegou.
Em declarações aos jornalistas, proferidas esta tarde em frente à Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, André Pestana lamentou que as reivindicações dos profissionais da educação não sejam atendidas com a justificação de ter de “haver sustentabilidade orçamental e responsabilidade financeira”.
“Mas, como é publico, este mesmo Governo injetou mais de 22 mil milhões de euros na banca, milhões de euros são investidos nas parcerias público-privadas ruinosas e aí ninguém fala em sustentabilidade orçamental, aí ninguém fala em responsabilidade financeira. Quando é para os serviços públicos, como a educação e saúde, aí já pedem contenção salarial”, sustentou.
O dirigente sindical deixou vincado que o ministro da Educação “parece que quer continuar a fazer parte do problema e não da solução”, alegando estarem “cansados de simulacros de negociações”.
No seu entender, o ministro de Educação continua a chamar os sindicatos para negociar sem apresentar propostas concretas em questões centrais como a igualdade entre corpos docentes do continente relativamente aos corpos docentes da Madeira e dos Açores, ou ainda em relação às reivindicações do pessoal não docente.
A propósito da mobilização nacional de docentes e não docentes, disse também que o Governo está “a tentar atacar o direito à greve”.
Em resposta, foi preparada, em tempo recorde, uma marcha nacional pela escola pública e em defesa do direito à greve, que terá lugar sábado em Lisboa.
A marcha ligará a sede principal do Ministério da Educação, na avenida Infante Santo / avenida24 julho, até ao Palácio de Belém, onde deverão ser recebidos.
“Temos a garantia que alguém da Presidência da República nos irá receber. Vai ser uma gigantesca marcha pela escola pública e também pelo direito à greve”, concluiu.
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