“A ministra apresentou um aumento de 180 euros que está muito longe daquilo que defendemos e neste momento não aceitamos esse valor que é muito baixo”, disse aos jornalistas o presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP), Paulo Santos, no final da reunião com a ministra da Administração Interna.
O Governo apresentou hoje uma nova proposta aos sindicatos da PSP, que passa por alterar o suplemento que já existe na vertente fixa de 100 para 280 euros, um aumento de 180 euros, e manter a vertente variável de 20% do ordenado base.
O presidente da ASPP destacou que hoje houve uma evolução da proposta relativamente ao modelo ao manter os atuais 20% “e uma valorização equitativa para agentes, chefes e oficiais no risco”, mas “o problema é o aumento de 180 euros”.
Paulo Santos avançou que na próxima segunda-feira a plataforma que congrega os sindicatos da PSP e associações da GNR vai reunir e decidir o que vão fazer no futuro.
“Face a esta proposta, vamos decidir se faz ou não sentido continuar nas negociações até atingirmos os cerca de 600 euros de aumento”, disse, não descartando a hipótese de futuras manifestações.
Para a ASPP, defendeu Paulo Santos, deve ser feito “de tudo para alimentar e esgotar a negociação e ir ao encontro das pretensões” dos polícias.
“O facto de não aceitarmos esse valor, que é muito baixo, não nos impede de continuara a construir um caminho que permita atingir o valor que queremos”, disse, dando conta que há uma nova reunião com Margarida Blasco no próximo dia 03 de junho e espera que “a ministra acrescentar algo mais”.
Paulo Santos disse ainda que os 180 euros de aumentos “está muito aquém da proposta apresentada” pela plataforma, que propõe que os atuais 100 euros pagos aos polícias no suplemento sejam substituídos por uma componente fixa de 712,96 euros, o que se traduziria num aumento efetivo de cerca de 600 euros, além dos 20% do salário.
Já o Sindicato Nacional da Polícia (Sinapol), que também pertence à plataforma, ameaça abandonar as negociações caso o Governo não apresente uma outra proposta até 03 de junho.
“Na próxima reunião o Sinapol já não vem a menos que o Governo dê um sinal prévio de que está com a predisposição em avançar com um suplemento de missão para os profissionais da PSP que seja igual para todos e em que polícias mais novos ganhem mais que polícias mais velhos e graduados”, disse aos jornalistas o presidente do Sinapo, Armando Ferreira.
Questionado se vai abandonar a plataforma, tendo em conta que está a tomar uma posição diferente, Armando Ferreira respondeu que “a plataforma tem várias utilidades é um local onde há liberdade de expressão e cada sindicato tem a sua identidade e a sua posição”.
O presidente do Sinapol afirmou ainda que já pediu reuniões aos grupos parlamentares.
A ministra está agora reunida com as cinco associações socioprofissionais da GBR.
Atualmente o suplemento por serviço e risco nas forças de segurança inclui uma componente fixa de 100 euros e uma variável de 20% do salário base.
Esta é a terceira proposta que o Governo propõe aos sindicatos da PSP, deixando agora cair as percentagens por categoria profissional.
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