Os aviões não identificados visavam as populações de Douma e Yisrín, precisou a mesma fonte.
O reinício dos bombardeamentos aconteceu após uma noite relativamente tranquila que permitiu a entrada hoje de uma coluna humanitária para prestar ajuda aos habitantes, retidos sob intensos bombardeamentos das forças governamentais sírias.
Treze camiões “estão dentro” no enclave rebelde, disse à AFP Ingy Sedky, porta-voz do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) em Damasco, que acrescentou que as equipas “vão distribuir os bens que não foram distribuídos em 05 de março” devido aos ataques aéreos.
Uma tentativa falhou na quinta-feira porque a coluna de ajuda humanitária não pôde entrar no território, que é alvo de bombardeamentos desde 18 de fevereiro, causando 931 mortos, de acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).
Apesar de este comboio não incluir equipamento médico, a porta-voz do CICV referiu que existem “indicações positivas de que um comboio maior, que inclui equipamento médico, poderá [entrar] na próxima semana”.
Uma coluna humanitária conjunta da ONU, do CICV e do Crescente Vermelho sírio entrou no enclave, o último bastião rebelde junto a Damasco, na segunda-feira, com 247 toneladas de ajuda médica e alimentar em Douma, a principal cidade da região.
Porém, a distribuição dos bens, que decorreu “sob bombardeios”, de acordo com a ONU, acabou por ser interrompida.
“A ONU e os seus parceiros não conseguiram voltar a Douma porque o comboio [humanitário] não foi autorizado pelas autoridades sírias por questões de segurança”, justificou Jens Laerke, porta-voz da agência das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) em Genebra.
A noite passada destacou-se por ter sido a primeira mais calma desde 27 de fevereiro, quando começou uma ofensiva terrestre do regime sírio para reconquistar o enclave rebelde, sob cerco desde 2013.
“Não houve ataques aéreos ou artilharia desde as 02:00 locais (0:00 em Lisboa), a calma prevalece, com exceção de tiros esporádicos em áreas onde decorrem combates”, disse à AFP o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahmane.
O esforço das forças do regime permitiu a recuperação de mais de metade da área sob cerco de Ghouta Oriental, procurando dividir o território em dois para enfraquecer as duas principais fações rebeldes no enclave.
Uma “pausa humanitária” de cinco horas todos os dias deveria estar em vigor desde que a Rússia decretou o seu acordo há 11 dias, quando foi aberto um “corredor humanitário”.
Os meios de comunicação social sírios oficiais anunciaram a abertura de dois corredores desde quinta-feira, mas não foi registada a saída de civis.
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