“O ‘site’ da TSF ainda não pode ser atualizado, situação que persiste desde a madrugada de 01 de janeiro de 2024, quando, devido à cessação de contrato, deixaram de estar disponíveis todas as ferramentas da atual plataforma”, refere uma nota assinada pelo Conselho de Redação (CR) e pela Comissão de Trabalhadores (CT) da emissora.
No documento, as duas entidades de representação de trabalhadores referem que face à persistência dos problemas, enviaram uma mensagem à administração da Global Media Group (GMG) onde lamentaram que não tenham sido “tomadas, em tempo útil, decisões que evitassem uma disrupção do normal funcionamento do ‘site’ e acautelassem uma solução intermédia que assegurasse a transição para um novo formato”.
Fonte do Dinheiro Vivo confirmou que também os trabalhadores deste órgão de comunicação social não têm acesso às funcionalidades de ‘back-office’.
CR e CT da TSF lamentam que jornalistas, técnicos, animadores e trânsito da TSF não tenham acesso às ferramentas de ‘back-office’ que permitem “editar e atualizar a página da TSF online, em tsf.pt, com elevados prejuízos para os leitores, ouvintes e, por consequência, para a imagem da TSF, rádio líder no digital”.
Os dois organismos de representação dos trabalhadores apontaram que antes do fim do ano alertaram a direção e os responsáveis pela área para os riscos de uma transição sem o garante de condições de segurança e salvaguarda de bom funcionamento do ‘site’, alertando que o arquivo 'online' poderá ser afetado.
“Os membros eleitos do CR e a CT questionaram em tempo todos os envolvidos no processo, alertando para os muito prováveis riscos, e não obtiveram quaisquer garantias sobre esta transição”, referem, na nota.
Perante a impossibilidade de acesso ao portal, CR e CT apelaram para que se tomem “todas as medidas para que o ‘site’ da TSF, a rádio que tem mantido a liderança no digital, apesar das condições de extrema escassez de meios humanos, possa continuar a dar notícias e a manter em pleno o seu arquivo digital”.
Na sexta-feira, as redações dos órgãos de comunicação social Diário de Notícias, Jornal de Notícias, O Jogo e TSF aprovaram a realização de uma greve a 10 de janeiro, depois de, no dia anterior, a administração do grupo ter informado os trabalhadores de que não tem condições para pagar os salários referentes a dezembro e que a situação financeira é "extremamente grave".
No pré-aviso de greve, os trabalhadores exigem “o pagamento imediato” dos salários em falta e do subsídio de Natal e da remuneração devida aos trabalhadores independentes (recibos verdes), recordando que “muitos dos prestadores de serviço” que trabalham para o grupo tiveram de “recorrer à solidariedade de jornalistas para poderem sobreviver”.
Simultaneamente, instam a comissão executiva do GMG a pôr “termo imediato a qualquer processo que determine a cessação de contratos de trabalho”.
A administração é acusada de pautar “a sua conduta por contradições entre o que anunciou fazer e o que tem feito” desde que tomou posse, há pouco mais de dois meses, e instada a focar-se “no investimento e na melhoria das condições de trabalho” para fazer crescer o grupo e assegurar “uma efetiva liberdade de informação de todos os cidadãos”.
A comissão executiva do GMG – consideram – “não tem correspondido aos padrões que a gestão de um grupo de media exige”.
No domingo, o SJ desafiou os acionistas do GMG a destituírem a comissão executiva, por declarações “lesivas para os interesses” do grupo.
Acionistas e comissão executiva têm trocado acusações e ameaças, enquanto os trabalhadores estão sem receber o salário de dezembro e o subsídio de Natal e os prestadores de serviços sem os pagamentos que lhes são devidos.
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