“Temos um conjunto de indicadores que mostram claramente que tem havido uma evolução positiva no domínio da situação dos jovens”, disse o ministro à margem do primeiro Encontro Nacional dos Núcleos de Planeamento e Intervenção de Sem-Abrigo (NPISA), promovido pelo Instituto da Segurança Social.
Vieira da Silva apontou o aumento do emprego jovem, que “tem crescido mais do que o emprego global”, a “redução significativa do abandono escolar precoce” e a evolução positiva das taxas de pobreza.
Observou ainda que o número de jovens que estão “fora do emprego, fora da formação profissional e fora da educação continua a cair e atingiu o seu valor mais baixo no último inquérito trimestral do INE”.
O ministro comentava um relatório da Cáritas Europa, hoje divulgado, segundo o qual, os jovens em Portugal “são confrontados com situações de desemprego, empregos precários, contratos irregulares e baixos salários”, o que torna “muito difícil” um jovem conseguir suportar os custos de habitação.
Questionado sobre o que pode ser feito para melhorar a situação dos jovens portugueses, disse que é o que “está a ser feito”, nomeadamente “melhorar a situação no plano do emprego, da educação e da inclusão social”.
Uma das conclusões do relatório refere que as políticas adotadas na última década em Portugal para combater a pobreza não conseguiram quebrar os ciclos de transmissão da pobreza.
Segundo o estudo, os efeitos da transmissão da pobreza observam-se na educação (abandono escolar precoce), no mercado de trabalho (dificuldades de acesso ao emprego) e na habitação (viver em bairros desfavorecidos).
A nível do abandono escolar, Vieira da Silva salientou dados muito recentes que apontam para “uma significativa redução do abandono escolar precoce”.
O abandono escolar precoce “é uma variável chave”: “Não existe uma melhoria sustentável da situação da nossa juventude senão nos aproximarmos rapidamente de valores que constam das metas europeias em matéria de abandono escolar”, vincou.
“Um jovem que abandone a escola antes de concluir os 12 anos de escolaridade terá inevitavelmente mais dificuldades na sua integração social e num percurso de realização profissional e familiar”, disse Vieira da Silva.
Todos os objetivos “no domínio do emprego, da estabilidade do emprego e da educação estão associados a uma questão-chave de que fala o relatório, que é questão da família”, sustentou.
Perante a realidade observada, o relatório europeu recomenda aos decisores políticos portugueses que promovam “níveis salariais dignos”, previnam a precariedade laboral, as irregularidades e a evasão fiscal nos contratos laborais, concedam “oportunidades iguais no acesso à educação” e facilitem “a habitação a preços acessíveis para os jovens de acordo com os seus rendimentos”.
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