A informação está a ser avançada pela televisão estatal TVGE e pelo jornal AhoraEG, mas não foi confirmada oficialmente pelas autoridades, que no domingo falavam em 20 mortos e 600 feridos.
“Dez corpos foram removidos dos escombros esta manhã pelas equipas de salvamento, que retomaram as buscas”, disse um jornalista da TVGE.
Três crianças de 3 e 4 anos foram também retiradas vivas das ruínas de casas e levadas para o hospital, segundo a mesma fonte.
As explosões devastaram literalmente os edifícios do campo militar que albergava as forças especiais da Unidade de Intervenção Rápida de Nkuantoma e foram causadas, segundo as autoridades, por um incêndio que alastrou dos terrenos circundantes para dentro do quartel.
“O meu tio, um oficial do campo, telefonou-nos para dizer que tinha encontrado os corpos de cinco membros da sua família que tinham sido completamente queimados”, disse, sob anonimato, um residente de Bata contactado por telefone pela agência France-Presse (AFP).
“As casas continuaram a arder e ainda ouvimos pequenas explosões”, disse um outro residente contactado por telefone à AFP.
“Todos os habitantes dos bairros num raio de dois a quatro quilómetros do local das explosões não puderam regressar”, a casa, acrescentou.
Fonte de um movimento da sociedade civil da Guiné Equatorial disse à agência Lusa que durante a manhã de hoje as pessoas dos bairros vizinhos do quartel estão a ser retiradas para a praia por receios de novas explosões.
Informação confirmada pelo partido opositor Convergência para a Democracia Social (CPDS) que, em comunicado, adiantou que a partir das 09:00 horas de hoje (08:00 horas em Lisboa), os militares ordenaram a evacuação do distrito de Nkolombong, a zona mais povoada da cidade de Bata e adjacente a Nkuantoma, onde ocorreu a catástrofe.
“Os residentes estão a ser mandados imediatamente para outras áreas da cidade e multidões de pessoas correm em pânico nas ruas sem qualquer direção”, adianta o CPDS.
O comunicado refere que “tem havido uma constante entrada e saída de ambulâncias no quartel militar” desde as primeiras horas da manhã.
CPDS classifica o ocorrido como “a maior catástrofe humanitária da história da Guiné Equatorial” e lamenta que “oito longas horas após a catástrofe” não tenha havido “qualquer representante do governo para informar o povo” e que o chefe de Estado, Teodoro Obiang, “se tenha limitado a enviar uma declaração aos meios de comunicação social”.
“A fim de evitar incertezas, boatos e a circulação de informações falsas nas redes sociais, o CPDS apela à transparência do governo na gestão desta catástrofe”, adianta o comunicado.
Órgãos de comunicação próximos da oposição asseguram que o regime de Malabo “impôs uma espécie de censura às redes sociais”, não sendo possível publicar imagens ou áudio.
Governada há mais de 42 anos por Teodoro Obiang, a Guiné Equatorial, um país rico em recursos, mas com largas franjas da população abaixo do limiar da pobreza, integra a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) desde 2014.
Comentários