Segundo explicou à agência Lusa o presidente da SPC, Vitor Gil, as candidaturas a esta bolsa de investigação, financiada pelo Banco de Portugal, decorrem até final do mês de julho e o vencedor será anunciado em setembro.
“É uma bolsa atribuída a trabalhos que sejam subscritos por três serviços diferentes, para dar um sinal da colaboração multidisciplinar, mostrando que podemos ir mais longe se colaborarmos uns com os outros”, disse Vitor Gil, que explicou que o trabalho vencedor terá cerca de dois anos para ser desenvolvido, uma vez que deverá ser apresentado no Congresso de Cardiologia que a SPC organizará em 2021.
Os 70 anos da SPC serão assinalados no dia 09 de julho no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, com uma sessão solene que será presidida pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
No âmbito das comemorações, explicou Vitor Gil, a sociedade está ainda a preparar um concerto, em data a anunciar, em que os intervenientes serão cardiologistas ou filhos de cardiologistas, e um ciclo de cinema com filmes ligados à temática do coração.
O responsável anunciou ainda um protocolo de afiliação da Fundação Portuguesa de Cardiologia na SPC, que deverá ser assinado no Dia Mundial do Coração, que se assinala a 29 de setembro.
“Apesar de a fundação ter nascido da sociedade, tem percorrido caminhos diversos e independentes e estamos a preparar um protocolo de afiliação da fundação na sociedade para que as ações comuns sejam verdadeiramente preparadas e organizadas em conjunto. Esse acordo deverá ser assinado formalmente no Dia Mundial do Coração”, afirmou.
A Sociedade Portuguesa de Cardiologia foi fundada em 09 de julho de 1949 e resultou da vontade de um grupo de médicos cardiologistas, ligados a instituições universitárias, de criar uma sociedade científica que pudesse servir de base ao desenvolvimento da Cardiologia portuguesa.
A SPC nasceu numa época de reordenamento internacional, precipitado pelo final da segunda Guerra Mundial, quando alguns médicos portugueses restabelecem contactos com colegas amigos além fronteiras e outros se deslocam ao estrangeiro para fazer estágios, por vezes suportados financeiramente pelo Instituto de Alta Cultura.
Os objetivos da SPC foram delineados logo nos primeiros estatutos: estimular o estudo e investigação dos problemas científicos relacionados com as doenças do aparelho circulatório; ocupar-se dos aspetos sociais da profilaxia e assistência aos doentes cardíacos e promover o estreitamento das relações científicas entre os médicos portugueses que se dedicam em particular a este setor da Medicina.
A organização esteve envolvida na criação do Centro Nacional de Coleção de Dados em Cardiologia, que funciona desde 2002, em Coimbra, e organiza anualmente um congresso científico, que na última edição teve mais de 2.000 inscritos, incluindo profissionais de outras áreas.
O presidente da SPC sublinhou também a importância do relacionamento internacional da instituição com as suas congéneres, sobretudo com o Brasil e com a Sociedade Europeia de Cardiologia, lembrando ainda que a organização portuguesa é membro da federação das sociedades cardiovasculares de língua portuguesa.
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