“Aproximadamente 30.000 imigrantes estão em Portugal a trabalhar e a ser vítimas de exploração”, disse hoje à agência Lusa o presidente da associação, Timóteo Macedo, atribuindo a situação à falta de documentos.
A organização de defesa dos direitos dos imigrantes vai desfilar no 1.º Maio, conforme fez no 25 de Abril, pelo combate à exploração.
Segundo a mesma fonte, em cima da mesa para os próximos dias está também “a maior concentração de sempre de imigrantes” frente ao parlamento, no dia 14, organizada em parceria com vários coletivos que representam comunidades imigrantes.
O ativista considerou estar em causa uma questão política na integração dos imigrantes que permanecem em Portugal sem documentos.
“O governo não reconhece estas pessoas porquê? Se diz que o país precisa dos imigrantes?”, questionou.
Timóteo Macedo defendeu que Portugal tem falhado nas políticas de integração dos imigrantes e tem dado um exemplo do que não se deve fazer: “Sem um documento as pessoas ficam à mercê de todo o tipo de exploração. Portugal funciona para muitos quase como uma prisão, sabem que se saírem não voltam a entrar”.
A associação pretende mostrar que a liberdade “ainda não chegou para muitos milhares de imigrantes”.
De acordo com a mesma fonte, o setor da agricultura é dos piores no momento ao nível das condições em que trabalham estes imigrantes.
O maior fluxo de imigração atualmente está a verificar-se a partir de países como a China, a Índia, o Paquistão, o Bangladesh, o Paquistão e o Nepal, referiu.
De África, chegam essencialmente da Guiné-Bissau, mas também do Senegal, enquanto do Brasil continuam a chegar imigrantes “em número significativo”.
“Portugal deixa-os trabalhar, mas não estão integrados, não têm acesso ao Serviço Nacional de Saúde, uns têm contrato, outros não. Alguns vivem nas obras em condições infra-humanas”, lamentou.
Para a Solidariedade Imigrante, Portugal “não pode continuar a perpetuar este tipo de desastre humanitário”.
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