Num formato em que tinham de responder a perguntas de membros da audiência, um deles, Robert, disse que Sunak foi "medíocre" como chefe de governo, e questionou se ele e Starmer "são mesmo o melhor que temos para ser o próximo primeiro-ministro".

"Compreendo a sua frustração, a frustração de todos, porque os últimos anos não têm sido fáceis. O país passou por muitas dificuldades. Não estou a dizer que fizemos tudo bem. Eu seria certamente o primeiro a reconhecê-lo", respondeu Sunak.

No entanto, reivindicou que nos 18 meses em funções reduziu a inflação, ajudou a economia e os salários a crescer e estabilizou a economia.

"Permitam-me que termine o trabalho que comecei: reduzir os vossos impostos, proteger as vossas pensões, proteger as nossas fronteiras, porque se Keir Starmer e o Partido Trabalhista estiverem no poder, os vossos impostos vão aumentar, as nossas fronteiras vão ser inseguras, vão ser sobrecarregados com despesas", avisou.

Em desvantagem nas sondagens, Sunak posicionou-se na ofensiva, interrompendo frequentemente o adversário em assuntos como a imigração, impostos e 'Brexit', e alertando para o risco de os eleitores britânicos se "renderem" ao Partido Trabalhista, que está previsto ganhar com uma maioria histórica.

No barómetro da Ipsos publicado hoje, os conservadores desceram quatro pontos percentuais para 19% das intenções de voto, enquanto os trabalhistas subiram para 42%, alargando a vantagem para 23 pontos percentuais.

Os conservadores estão pagam o preço de uma campanha atribulada, marcada por polémicas, mais recentemente um escândalo de apostas fraudulentas.

Keir Starmer reconheceu que as pessoas perderam o poder de compra e a esperança nos últimos anos, mas defendeu que existe uma escolha, e que "esta é a oportunidade de virar a página para reconstruir o nosso país, reconstruir os nossos serviços públicos, reconstruir a nossa economia".

O líder trabalhista reiterou que as suas promessas para investir nos serviços públicos estão devidamente orçamentadas e não implicam aumento de impostos.

"Mas não vou estar aqui a dizer que há uma varinha mágica que posso abanar no dia a seguir às eleições e encontrar dinheiros que não existe. Foram causados danos enormes à nossa economia. Vai levar tempo", vincou.

Sunak insistiu que o plano de deportação de imigrantes ilegais para o Ruanda é importante para "dissuadir" aqueles que atravessarem o Canal de Mancha de barco, enquanto Starmer prometeu concentrar-se no combate aos traficantes humanos.

Questionados por uma empresária afetada pelo 'Brexit', o líder trabalhista mostrou-se disposto a negociar melhores condições com a União Europeia, mas sem aderir ao mercado único nem aceitar a livre circulação de pessoas.

No final, uma sondagem rápida da empresa YouGov concluiu que o debate resultou num empate, o que favorece Keir Starmer, cujo o desafio era evitar cometer erros perto da votação.

Depois de um primeiro duelo sem surpresas no início de junho, este debate era uma última oportunidade para Rishi Sunak tentar dar a volta a uma campanha difícil.

A maioria das sondagens publicadas hoje indicam que o Partido Conservador, no poder há 14 anos, está a caminho de uma derrota pesada, com a eleição do menor número de deputados de sempre.