Após várias informações veiculadas nas redes sociais sobre um possível surto de ‘legionella’ em adolescentes e jovens adultos que participaram numa festa num estabelecimento de diversão noturna, mais de 200 jovens deslocaram-se ao hospital, na quinta-feira, com sintomas de febre, tosse e dores musculares.
“Até ao momento, foram observados 130 jovens na Urgência Pediátrica, com idades compreendidas entre os 14 e os 17 anos, com sintomas de febre, tosse e dores musculares. Encontra-se apenas um jovem sob vigilância. Foram detetados sete resultados positivos para a covid-19 em 76 testes, 35 resultados positivos para influenza A e aguardam-se os resultados de mais 29 zaragatoas”, informa a nota do CHL.
Dadas as suspeitas iniciais, foram despistados eventuais surtos de ‘legionella’.
Recorreram também ao Serviço de Urgência Geral mais de 100 jovens adultos, com idades compreendidas entre os 18 e os 24 anos, “com sintomas de febre, tosse, dores musculares e sintomas respiratórios, sem sinais de gravidade”.
“Foi diagnosticada gripe, que apresenta uma elevada taxa de transmissibilidade e os utentes já tiveram alta”, acrescenta o comunicado.
O delegado de Saúde Pública do Agrupamento de Centros de Saúde do Pinhal Litoral, Rui Passadouro, afirmou à Lusa que a suspeita de ‘legionella’ está “completamente afastada”, uma vez que “nenhum teste antigénio deu positivo” para esta doença.
“Além disso, as condições de aparecimento rápido dos sintomas não se coadunam com a ‘legionella'”, explicou ainda o especialista.
Não obstante, a Autoridade de Saúde Pública de Leiria deslocou-se prontamente ao estabelecimento de diversão noturna visado como eventual foco da infeção. “Foi feita a colheita no local e ainda não temos os resultados. Mas não estamos nada preocupados”, sublinhou Rui Passadouro.
O especialista afirmou que estas situações de contágio rápido são “normais”, uma vez que “durante algum tempo andámos de máscara” e com a sua retirada “não há uma resposta imunitária tão rápida”.
Rui Passadouro assegurou ainda que o vírus influenza A, que provoca a gripe A, está incluído na atual vacina da gripe, pelo que quem foi imunizado com aquela estará mais protegido.
A afluência “extraordinária” obrigou o hospital a “realocar recursos humanos e prolongar turnos, mas com o empenho e dedicação de todos os profissionais foi possível triar e observar todos os utentes”, referiu ainda o hospital no comunicado.
“O CHL volta a sensibilizar a comunidade para não recorrer aos Serviços de Urgência em casos pouco ou não urgentes, de forma a não ficar comprometida a prestação de cuidados de saúde diferenciados a doentes emergentes e urgentes”, refere a mesma nota.
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