Neste Sábado de Aleluia, em que os cristãos aguardam a ressurreição de Jesus, o país foi confrontado com o início do possível desfecho do caso que marcou a semana: o homicídio do jovem Manuel "Manu" Gonçalves, de 19 anos.
A Polícia Judiciária (PJ) deteve o suspeito em Castelo Branco e hoje foi ouvido em Tribunal, em Vila Nova de Famalicão, acusado de homicídio qualificado. Isto acontece depois de, na madrugada de sábado, o aluno do 12.º ano da Escola Secundária D. Maria II, em Braga, ter sido atacado com uma arma branca à porta do Bar Académico da Universidade do Minho, acabando por morrer no hospital.
Cinco dias depois, na quinta-feira, a PJ deteve Mateus Machado, de 27 anos. Quando encontrado, o suspeito, de nacionalidade brasileira, "já se encontrava em fuga", refere a polícia em comunicado.
António Falé de Carvalho, advogado do alegado agressor, culpa um "boato no Instagram e TikTok" de espalhar uma ideia errada, e acredita que a faca encontrada provará a inocência do seu cliente.
Mateus Machado, de nome completo, Mateus Marley Machado, está indiciado pelo crime de homicídio qualificado. O brasileiro já tinha cadastro nos Estados Unidos da América, onde cumpriu pena de prisão por assaltos à mão armada.
Em declarações à comunicação social, o advogado do suspeito revelou que ainda não foi identificado o ADN na faca que terá sido utilizada no crime. Refere ainda que a faca não era do seu cliente, mas sim da vítima.
O tribunal aplicou a medida de coação mais gravosa: prisão preventiva.
“O arguido deu uma explicação de que não era o autor do homicídio. Explicou ao tribunal que não era o autor do homicídio. O tribunal tinha indícios divergentes da versão do arguido, que entendeu serem suficientes para decretar a prisão preventiva. Vamos recorrer para o Tribunal da Relação e pôr em causa estes indícios que o tribunal apresentou”, explicou António Falé de Carvalho.
O que aconteceu?
Na madrugada de sábado, o aluno do 12.º ano da Escola Secundária D. Maria II, em Braga, conhecido por ‘Manu’, foi atacado com uma arma branca à porta do Bar Académico da Universidade do Minho, acabando por morrer no hospital.
A PJ conta que “por motivos ainda não totalmente esclarecidos, elementos de dois grupos distintos foram expulsos do estabelecimento comercial após uma discussão verbal”.
“Depois, já no exterior do bar, voltaram a envolver-se em confrontos, desta vez com agressões físicas, tendo o suspeito, utilizando uma faca, golpeado a vítima, um jovem de 19 anos, na zona torácica e membro superior direito, lesão que veio revelar-se fatal, apesar do socorro de emergência”, refere o comunicado.
Até ao momento, a versão de que o jovem teria sido atacado por denunciar um grupo que estaria a adulterar bebidas de raparigas não foi confirmada pela Polícia Judiciária. Sabe-se apenas que, depois de alertar um segurança para a situação, o jovem foi agredido, tendo contactado a PSP.
A entidade refere ainda que está em causa a possibilidade de se ter tratado de um confronto entre grupos rivais, segundo um comunicado da PJ.
O crime registou-se pelas 5h30, na sequência de uma rixa que, segundo fonte da PSP, envolveu cerca de 20 pessoas.
O edifício do bar é propriedade da Universidade do Minho e foi cedido à Associação Académica.
No entanto, a associação concessionou a exploração a um empresário.
Após o crime, já se registaram dois focos de incêndio no edifício, o que destruiu parcialmente o bar.
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