As sondagens de opinião tinham já previsto a vitória de Chadchart Sittipunt, mas o político superou as expectativas, obtendo quase 52% dos quase 2,7 milhões de votos na eleição de domingo, de acordo com resultados praticamente completos, mas ainda não certificados.
Na primeira oportunidade em nove anos de eleger o governador, pouco menos de 61% dos residentes de Banguecoque acorreram às urnas, numa eleição em que competiam 31 candidatos.
Chadchart, de 55 anos, é visto por apoiantes e opositores como um representante do partido Pheu Thai, o principal grupo de oposição no Parlamento. Ele foi ministro dos Transportes no governo de Pheu Thai, entre 2012 e 2014, e foi um dos candidatos a primeiro-ministro que o partido apresentou nas eleições gerais de 2019.
“Agora que recebemos uma ordem do povo, começarei a trabalhar imediatamente, visitando comunidades e áreas para ver onde posso arrancar com o meu trabalho o mais rápido possível como governador”, disse hoje Chadchart a jornalistas.
“Tenho uma equipa jovem e enérgica que está ansiosa por agir”, acrescentou o novo governador.
Aswin Kwanmuang, um oficial de polícia já reformado e ex-governador de Banguecoque, ficou em quinto lugar, com cerca de 8% dos votos, apesar de contar com o apoio do partido Palang Pracharath, atualmente no poder.
Asawin, de 71 anos, foi nomeado governador de Banguecoque em 2016 por Prayuth Chan-ocha, que como comandante do Exército tomou o poder num golpe militar de 2014 e demitiu o governador anterior por alegações de corrupção.
Prayuth voltou ao cargo de primeiro-ministro após a eleição de 2019, num governo de coligação liderado pelo Palang Pracharath e apoiado pelos militares.
Prayuth, que foi acusado de falhar na resposta à pandemia de covid-19, deve enfrentar em breve uma moção de desconfiança no Parlamento. Mesmo que ele sobreviva, deve haver uma eleição geral no início do próximo ano.
O professor de ciência política Thitinan Pongsudhirak, da Universidade Chulalongkorn de Banguecoque, observou antes da votação que esta foi a primeira eleição significativa desde o golpe de 2014.
“As pessoas estão com fome de ter uma palavra a dizer”, disse o académico, num e-mail à Associated Press.
Embora os resultados das eleições em Banguecoque sejam desencorajadores para Prayuth e para o partido no poder, os eleitores da capital não refletem necessariamente as tendências nacionais na Tailândia, cujo eleitorado é em grande parte rural.
O partido Palang Pracharath conseguiu mobilizar muitos eleitores rurais nas eleições de 2019 com a ajuda de influentes chefes políticos locais e provinciais.
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