Além da IEC, os talibãs também ordenaram, esta semana, a dissolução da Comissão de Reclamações Eleitorais (ECC) e de dois ministérios, um para a paz e outro para assuntos parlamentares.
“Por enquanto, não precisamos que estes dois ministérios e estas comissões existam e funcionem. Se for necessário, o Emirado Islâmico (o nome dado pelos talibãs ao seu regime) pode restaurá-los”, afirmou Bilal Karim, um deputado porta-voz do movimento.
O IEC foi criado em 2006, alguns anos após a queda do regime talibã anterior (1996-2001), tendo como função organizar e supervisionar as eleições.
Como tal, o IEC e os seus funcionários têm sido regularmente alvo de ataques perpetrados pelos talibãs.
“Se esta organização não existir, estou 100% certo de que os problemas do Afeganistão nunca serão resolvidos porque não haverá eleições”, disse o dirigente que chefiou a organização até à queda do regime anterior.
Outro alto funcionário do regime anterior, Halim Fidai, referiu que a decisão mostra que “os talibãs não mudaram e não acreditam na democracia”.
“Eles tomam o poder por meio de balas e não das urnas”, acrescentou.
Os talibãs assumiram o poder a 15 de agosto, derrubando o governo anterior apoiado pelos Estados Unidos e seus aliados, enquanto as tropas estrangeiras concluíam a retirada apressada do país após duas décadas de presença.
Pouco depois de assumir o poder, os talibãs substituirão o Ministério dos Assuntos da Mulher pelo Ministério para a Promoção da Virtude e a Prevenção do Vício.
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