“Sobre o bom Governo, a meia verdade da reunião com a CEO da TAP e sobre o ex-governante sem juízo…” é o mote de uma publicação de Carlos César na rede social Facebook, na qual o socialista refere que “dois assuntos ensombraram, nestes dias, a imagem do governo”, um executivo socialista que “deve evitar alguns tropeções…e cuidar melhor quem nomeia”, mas que “se pode e deve orgulhar do que tem feito”.
“Outra coisa, mas esta especialmente censurável, foi a intervenção, sobretudo as suas confessadas razões, que agora foi revelada, de um antigo governante relativa à alteração de um voo regular da TAP em que estaria o Presidente da República e no qual viajariam cerca de duas centenas de pessoas”, referiu.
Segundo Carlos César, comportamentos “como o que foi revelado na matéria e no teor político do mail escrito pelo antigo Secretário de Estado”, Hugo Mendes, “não são aceitáveis”.
“E revelam uma conduta perniciosa e, digo mesmo, estúpida. Como socialista, que acredita no governo em funções e no seu desempenho mesmo nas condições difíceis com que se tem confrontado, já que o membro do governo já não o é, ou seja, que não é possível ele se demitir ou demiti-lo agora, só resta pedir desculpas ao Presidente e às pessoas em geral”, defendeu.
O presidente do PS assumiu que “alguns episódios colaterais” que têm vindo a público “não abonam muito a uma relação límpida e eficiente envolvendo a empresa, quer aquando da sua privatização quer no tempo mais recente”.
“Porém, não deixa de ser grotesca a omissão que se faz ou procura fazer do facto de a TAP ter dado lucro, antecipando esse objetivo que estava previsto no seu plano de reestruturação, a que não é estranha nem a sua gestão nem a sua tutela, nesse período, recorde-se, exercida por Pedro Nuno Santos”, enfatizou.
Na análise de Carlos César, “pouco, verdadeiramente”, se tem sabido na comissão de inquérito à TAP que possa ajudar ao bom desfecho deste dossiê, quer no que diz respeito aos interesses nacionais envolvidos, quer no caso do desenvolvimento estratégico da empresa.
“A oposição, sobretudo à direita, manifestamente só anda à procura dos enredos e dos lapsos, por mais ou menos relevantes que sejam, que entretenham narrativas contra o governo”, criticou.
Sobre a reunião nas vésperas da audição da CEO da TAP em janeiro, e na qual participaram o deputado do PS Carlos Pereira e elementos dos ministérios que tutelam a companhia aérea, o presidente do PS condenou a “habilidosa meia-verdade da oposição e de alguns seus amanuenses e um generalizado exercício de hipocrisia”.
“O primeiro embuste é que isso seria algo de inédito, como se não tivesse sempre acontecido com todos os partidos e não fosse mesmo tido como integrando o exercício informado da função parlamentar de cada”, referiu, acrescentando que “o segundo embuste é que isso teria acontecido para condicionar o depoimento da CEO na comissão de inquérito”.
Num “Post Scriptum” à publicação, o socialista criticou a ideia relançada por Santana Lopes ou Marques Mendes sobre uma eventual demissão do Governo pelo Presidente da República, recordando que “Santana era primeiro-ministro por procuração e não pela legitimidade de eleição”.
“Acresce que vivemos um período especialmente sensível nos planos nacional, europeu e internacional, quer nos perigos quer nos desafios. O que importa, por isso, como reconheceu e aflorou o Presidente da República, é o bom governo de Portugal e que as oposições também sejam bem melhores do que são”, pediu.
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