Pela primeira vez desde o início das audições, a comissão parlamentar de inquérito à tutela política da gestão da TAP vai ouvir três personalidades no mesmo dia, para obter esclarecimentos do presidente do Conselho de Administração (CA) da Parpública, Jaime Andrez, o ex-vogal do CA Mário Lobo e o ex-presidente do CA Carlos Conceição.
No centro das questões dos deputados deverão estar a polémica indemnização de meio milhão de euros à ex-administradora da TAP Alexandra Reis, mas também o negócio do ex-acionista David Neeleman com a Airbus, que terá permitido financiar a injeção de capital do consórcio Atlantic Gateway na companhia aérea, em 2017.
Em janeiro, o Correio da Manhã noticiou que a Parpública e a Direção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF) não encontraram qualquer notificação sobre a indemnização de 500.000 euros paga a Alexandra Reis e que, segundo especialistas em Direito e setor empresarial do Estado, a não comunicação pode constituir uma ilegalidade.
Já na sexta-feira, também o Correio da Manhã avançou que o Governo de António Costa fez um acordo com David Neeleman e Humberto Pedrosa, em junho de 2017, que lhes garantiu o direito a receber os fundos da Airbus antes do prazo inicial de 30 anos e que a verba injetada na TAP atinge quase 207 milhões de euros (226,75 milhões de dólares).
Segundo aquela notícia, “com a reversão da privatização da TAP em 2016, a Parpública, que então concentrava as ações detidas pelo Estado na TAP, celebrou com a Atlantic Gateway um acordo parassocial e de compromissos estratégicos”, tendo sido “por via deste acordo, em junho de 2017” que “o Governo de Costa garantiu à Atlantic Gateway o direito de poder receber os fundos da Airbus antes do prazo”.
Desta forma, segundo o Correio da Manhã, a Airbus entregou 226,75 milhões de dólares à DGN, empresa de David Neeleman, que os entregou depois à Atlantic Gateway, que os injetou na TAP.
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