“É imperativo que todas as forças políticas democráticas repudiem estes ataques fascistas, e que seja veementemente condenada qualquer tentativa de silenciar ou intimidar ativistas, políticos ou qualquer outra pessoa, com base no racismo, homofobia, na xenofobia ou em qualquer outra forma de discriminação”, explicita um comunicado divulgado pelo partido.
O Livre também faz um apelo para que todas as forças políticas democráticas “se juntem no combate antifascista e antirracista”, advogando que está em causa a “defesa da democracia e da liberdade”.
“O ataque dirigido a deputadas nacionais, sindicalistas, militantes antifascistas e antirracistas e outros ativistas e políticos é vil, sem lugar numa sociedade plural e democrática”, acrescenta a nota
O dirigente da associação SOS Racismo Mamadou Ba esteve, na quarta-feira, a prestar declarações na Polícia Judiciária, após membros da associação terem recebido ameaças e o movimento “Resistência Nacional” ter realizado uma concentração junto à sua sede, em Lisboa.
A notícia foi avançada pela RTP e confirmada pela Lusa junto de fonte policial.
Em declarações à RTP, junto à sede da PJ, em Lisboa, Mamadou Ba disse que ele próprio e outras pessoas receberam um ‘e-mail’ na terça-feira a dar um prazo de 48 horas para abandonarem o país, senão corriam risco de vida.
Também na quarta-feira, fonte do Bloco de Esquerda confirmou à Lusa que as deputadas do Bloco de Esquerda Beatriz Dias e Mariana Mortágua vão apresentar queixa ao Ministério Público (MP) na sequência de ameaças recebidas em ‘e-mail’ dirigido à associação SOS Racismo.
As deputadas do Bloco de Esquerda visadas no ‘email’ são Beatriz Gomes Dias e Mariana Mortágua, mas a deputada não inscrita (ex-Livre) Joacine Katar Moreira também é visada, tal como o dirigente do SOS Racismo Mamadou Ba e Jonathan Costa, da Frente Unitária Antifascista, entre 10 cidadãos.
“Informamos que foi atribuído um prazo de 48 horas para os dirigentes antifascistas e antirracistas incluídos nesta lista, para rescindirem das suas funções políticas e deixarem o território português”, lê-se no ‘e-mail’ em causa, a que a Lusa teve acesso.
Na mensagem eletrónica refere-se que se o prazo for ultrapassado “medidas serão tomadas contra estes dirigentes e os seus familiares, de forma a garantir a segurança do povo português”, e que “o mês de agosto será o mês do reerguer nacionalista”.
Com data de 11 de agosto, a mensagem de correio eletrónico foi enviada, a partir de um endereço criado num ‘site’ de ‘e-mails’ temporários, para o SOS Racismo e é assinada por “Nova Ordem de Avis – Resistência Nacional”, a mesma designação de um grupo que reclamou, na rede social Facebook, ter realizado, de cara tapada e tochas, uma “vigília em honra das forças de segurança” em frente às instalações da SOS Racismo, em Lisboa, e que um dos dirigentes desta associação, Mamadou Ba, classificou como “terrorismo político”.
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