“Não vamos resolver o problema [da habitação] amanhã, mas vamos resolvê-lo hoje, que é o melhor passo para começarmos a resolvê-lo em definitivo”, afirmou Tiago Barbosa Ribeiro.
Na ação de campanha que, esta manhã, teve lugar na freguesia de Ramalde, o candidato socialista defendeu um “Porto mais coeso e onde os portuenses possam efetivamente viver”, considerando a habitação uma área “crítica”, tanto ao nível social como acessível.
Entre ofertas de brindes e cumprimentos, Tiago Barbosa Ribeiro ouviu diferentes preocupações dos moradores daquela freguesia do Porto, relacionados, sobretudo com despejos, condições das habitações municipais e falta de equipamentos e infraestruturas nas envolventes do bairro das Campinas.
“Mande fazer obras às casas que estão a cair. Que bairro é este? Não existimos? Este bairro foi desprezado”, disse, em conversa com o socialista, Isabel Bandeirinha, uma vendedora do bairro. À vendedora, Tiago Barbosa Ribeiro prometeu “voltar e visitar a sua casa”.
Já aos jornalistas, o socialista disse ser preciso devolver à cidade o provedor do inquilino municipal, figura que “não custava dinheiro” e assentava numa “relação mais próxima com os moradores”.
“A Câmara do Porto está de costas voltadas para os bairros e o exemplo do provedor do inquilino municipal é paradigmática. Esse provedor foi extinto e provocou algo que é factual, neste momento, as queixas que chegam dos munícipes caíram um terço. Não porque tenham deixado de existir, mas porque não tem alguém como ponte de contacto na câmara”, afirmou.
Defendendo que há “muito a fazer” ao nível da habitação municipal e das infraestruturas que estão nas suas envolventes, Tiago Barbosa Ribeiro salientou também a importância de atrair os jovens para a cidade.
“Hoje em dia, as pessoas saem da cidade porque não têm dinheiro para arrendar ou comprar casa no Porto”, afirmou, enumerando algumas das propostas do partido, entre elas, a criação de um programa de renda acessível que “hoje é virtualmente inexistente”.
Mobilizando património municipal e com rendas “adequadas à realidade dos portuenses e não de quem vive numa bolha”, o candidato do PS afirmou que o programa vai ter em conta os fundos disponíveis do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), bem como “mobilizar todo o património” em articulação com a Segurança Social e o ministério da Defesa.
“Neste momento, a câmara tem identificadas cerca de três mil pessoas que necessitam de casa. Precisamos de dar resposta a estas pessoas que têm necessidades transitórias, quer na Câmara do Porto quer com programas de compensação de apoio ao arrendamento de forma transitória”, disse, criticando o programa Porto Com Sentido.
“A câmara tem um programa que não está a funcionar, tem outro que é o Porto com Sentido, que mais valia chamar Porto sem sentido porque não tem expressão nem qualquer efeito”, disse.
À semelhança da crítica feita em matéria de habitação, Tiago Barbosa Ribeiro acusou também a Câmara do Porto de estar de “costas voltadas para a região” no âmbito da descentralização de competências.
“Precisamos de definir quais são as competências que queremos. Parece-me absurdo que essas competências estejam a ser rejeitadas”, afirmou em reposta aos jornalistas.
São candidatos à presidência da Câmara do Porto, nas eleições de 26 de setembro, Rui Moreira (movimento independente "Rui Moreira: Aqui há Porto" - apoiado por IL, CDS, Nós, Cidadãos!, MAIS), Tiago Barbosa Ribeiro (PS), Vladimiro feliz (PSD), Ilda Figueiredo (CDU), Sérgio Aires (BE), Bebiana Cunha (PAN), António Fonseca (Chega), Diogo Araújo Dantas (PPM), André Eira (Volt Portugal), Bruno Rebelo (Ergue-te) e Diamantino Raposinho (Livre).
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