Tiago Barbosa Ribeiro, coordenador da bancada do PS para as questões do trabalho, falava em plenário, na Assembleia da República, durante a interpelação do seu partido ao Governo sobre as respostas à pandemia de covid-19.
“Esta crise transformou muitos liberais em socialistas. Onde alguns queriam cortes nas despesas do Estado, agora pedem reforços; onde alguns queriam privatizações, agora pedem a mão forte do Estado”, declarou
Na sua intervenção, Tiago Barbosa Ribeiro, conotado com a ala mais à esquerda dentro do PS, advertiu que o Estado social “não tem o botão de se ligar e desligar quando se entende”.
“Temos de defender o Estado social, independentemente das crises”, contrapôs o deputado eleito pelo Porto, antes de falar sobre o efeitos assimétricos com que a crise atingiu os cidadãos, penalizando mais os que se encontram em situação mais vulnerável.
“O mundo mudou e nós reagimos. O esforço financeiro foi muito significativo”, sustentou, apontando como exemplos medidas como o ‘lay-off’ simplificado, subsídios de assistência à família, reforço da Autoridade para as Condições de Trabalho, e apoios a empresários e trabalhadores independentes.
“Estas medidas permitiram amortecer o choque da crise e evitar o colapso do emprego e dos rendimentos. Precisamos agora de olhar para a frente”, afirmou, numa alusão ao Orçamento Suplementar e ao programa de estabilização económica e social em preparação pelo Governo.
Perante esses diplomas, Tiago Barbosa Ribeiro frisou que o consenso político, pela parte do PS, se fará “em nome do Estado social”.
“Rejeitamos liminarmente a austeridade, que só iria agravar a crise social”, acrescentou.
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