No boletim de voto estão 17 partidos políticos, dos quais apenas oito têm atualmente representação parlamentar e estas eleições serão as primeiras sem coligações pré-eleitorais, tendo todas as propostas sido rejeitadas pelo Tribunal de Recurso.
Com uma população maioritariamente jovem, Timor-Leste registou um crescimento de 3,55% no número de eleitores recenseados desde as eleições presidenciais do ano passado, com o recenseamento na diáspora a aumentar significativamente, fruto da crescente emigração.
O voto ocorre depois de uma longa campanha eleitoral, que começou a 19 de abril, mas onde se evidenciou, muitos meses antes, fortes ações políticas por todo o país, particularmente dos maiores partidos, a Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) — com 23 deputados e no atual Governo – e o Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT) — com 21, atualmente na oposição.
Os outros três partidos mais fortes são o Partido Libertação Popular (PLP) com oito lugares e o Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO) com cinco — ambos também no Governo – e o Partido Democrático (PD), com cinco deputados e na oposição.
O atual parlamento é composto ainda por um deputado cada do Partido Unidade e Desenvolvimento Nacional (PUDD), Frente Mudança (FM) e União Democrática Timorense (UDT), sendo que a FM não cumpriu os requisitos para participar neste voto.
No boletim de voto destaca-se ainda a estreia do Partido Os Verdes de Timor (PVT).
Apenas elegem deputados os partidos que conseguirem mais de 4% dos votos válidos, número que com base na tendência de votos anteriores poderá rondar os 26 mil votos.
Os cadernos eleitorais mostram que estão recenseados para votar fora do país — na Austrália, Coreia do Sul, Inglaterra, Irlanda do Norte e Portugal — um total de 11.800 eleitores, mais 65,89% do que os 7.113 recenseados para as presidenciais de 2022.
Em termos totais, desde as presidenciais entraram nos cadernos mais 30.532 eleitores.
No país em si, os cadernos mostram que há hoje mais 25.845 eleitores nos cadernos eleitorais, distribuídos pelos treze municípios (este ao estreia-se Ataúro) e pela Região Administrativa Especial de Oecusse-Ambeno (RAEOA).
Díli continua a ser o maior município, com um total de 187.462 eleitores — o que equivale a mais de 21% dos eleitores totais dos cadernos — seguindo-se Baucau (99.158) e Ermera (85358).
O posto administrativo de Dom Aleixo, em Díli, é o maior, com 85.096 eleitores, e o posto administrativo de Fatu Lulic no município de Covalima é o mais pequeno, com apenas 1.838 eleitores.
A RAEOA que registou o mais crescimento em número de eleitores (mais 5,43%).
Oficialmente, o menor crescimento eleitoral ocorreu na capital, onde o total de eleitores até desceu (menos 1,7%), sendo que este número é afetado pela divisão de Ataúro, cujos eleitores faziam parte do município da capital nas presidenciais.
Ataúro estreia-se como município, em termos eleitorais, com 7.598 eleitores.
Fora do país, Portugal registou o mais crescimento (mais 114,49% para 1836 eleitores), seguindo-se a Irlanda do Norte, onde houve um crescimento de 91,06% para 2.415 eleitores e a Inglaterra, onde aumentou 66,44% para 3.710, com o país a ter a maior comunidade eleitoral timorense no estrangeiro.
No caso da Austrália o crescimento foi de 50,77%, para 2.242 e na Coreia do Sul o aumento foi o mais reduzido, de 25,06%, para 1.597.
No voto de 21 de maio estarão a funcionar um total de 1.472 centros de votação e 1.850 estações de voto, no país e na diáspora — eram respetivamente 1.200 e 1.500 nas presidenciais do ano passado.
Além dos centros espalhados pelos 452 sucos (divisão administrativa), 65 postos administrativos e 13 municípios mais a Região Administrativa Especial de Oecusse-Ambeno (RAEOA) haverá ainda locais três locais de votação na Austrália (Darwin, Melbourne e Sydney), dois na Coreia do Sul (Gwangju e Seul), três em Portugal (Lisboa, Porto e Beja), três no Reino Unido (Creww, Peterborough e Oxford) e um na Irlanda do Norte (Dunganon).
A capital Díli terá o maior número de estações de voto, um total de 262, mas Baucau e Baucau têm o maior número de centros de votação (150 cada), com Ataúro a ter apenas 15 centros de votação e 20 estações de voto.
As urnas abrem entre as 07:00 e as 15:00, devendo a contagem dos votos demorar vários dias.
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