Além das “cerca de 11 mil assinaturas”, Vitorino Silva (conhecido como “Tino de Rans”) entregou no Tribunal Constitucional (TC) os estatutos e a declaração de princípios exigidas por lei para formalizar a constituição de um novo partido.
Aos jornalistas, o antigo candidato às presidenciais e antigo presidente da Junta de Freguesia de Rans, disse que não utilizou a Internet para reunir as assinaturas e que todas foram recolhidas a “calcar terreno, a romper solas, por uma questão de princípio”, dado que “o mínimo que um político pode fazer é ir à rua”.
“Foram 11 mil, mas se fossem precisas 15 mil, se fossem precisas mais… não foi difícil”, afirmou, acrescentando que “as pessoas chamavam e às vezes faziam fila para assinar pelo RIR”.
Questionado se o partido se identifica com a direita ou com a esquerda, Vitorino Silva defendeu que o RIR “é um partido 360 graus, porque o próprio nome diz incluir”.
Vitorino Silva classificou o RIR como “um partido próximo das pessoas”, de “gente livre e daquela gente que tem confiança no protesto” e uma força política que nasceu do resultado eleitoral alcançado em 2016, nas presidenciais.
Quando concorreu à Presidência da República, “Tino de Rans” conseguiu 152.094 votos (3,28%), o que lhe valeu o sexto lugar na eleição ganha por Marcelo Rebelo de Sousa.
Na declaração de princípios, o RIR assume-se como "humanista, pacifista, ambientalista, europeísta e universal, com o grande propósito de aproximar eleitores e eleitos, através de uma real e efetiva aproximação dos políticos aos cidadãos, devolvendo à política a sua missão de serviço público em defesa do bem comum e defesa da democracia".
Num ano em que se disputam três eleições – europeias, regionais na Madeira e legislativas – este é “um partido para ir a votos”, sublinhou.
Apontando que “os votos chegam para todos, embora haja gente" preocupada com isso, Vitorino Silva registou que o RIR “é um partido igual a todos os outros” e, por isso, “no dia das eleições o quadradinho vai ser do mesmo tamanho”.
Sobre os objetivos eleitorais, o antigo candidato apontou que tem de “respeitar os tempos do Tribunal Constitucional” e salientou que, “neste momento, é um passo de cada vez”.
Na opinião de Tino de Rans, as pessoas “estão fartas de verem os políticos distantes, andarem de vidros fumados”, considerando que “quem deu esse grande exemplo que é possível um político descer ao povo, abrir os vidros”, foi o atual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Por isso, salientou, “é preciso mais Marcelos neste país”.
Vitorino Silva aproveitou ainda para lembrar uma efeméride que lhe é especial.
“Faz hoje 20 anos que eu dei o abraço ao Guterres” no congresso do PS, recordou, considerando que “às tantas foi coincidência” a ida ao TC neste dia.
Sobre as últimas duas décadas, Vitorino Silva disse ter percebido que “as pessoas são as mesmas”.
Por isso, salientou, “na política é preciso mudar” e “reciclar e os partidos também têm de dar o exemplo”.
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