"A greve foi suspensa por tempo indeterminado e as partes, naturalmente, vão sentar-se à mesa e irão conversar, não vamos aproveitar a desgraça alheia para tirar partido, portanto, somos pessoas responsáveis e conscientes e não era altura de mantermos esta exigência uma vez que a infelicidade bateu à porta", afirmou Clarimundo Batista.
Os trabalhadores tomaram a decisão de interromper a paralisação após terem reunido em plenário este sábado à noite sendo que a decisão já foi comunicada ao conselho de administração da Atlânticoline, mantendo-se ainda este domingo os serviços mínimos estabelecidos pelo Tribunal Arbitral.
"A partir de segunda-feira os horários começam a ser praticados pela empresa, naturalmente, como o tempo é curto ainda haverá (este domingo) serviços mínimos mas a partir de segunda-feira estará tudo normalizado", disse.
Segundo Clarimundo Batista, os trabalhadores estão esperançados que se consiga encontrar "um entendimento entre as partes" que evitem protestos no futuro.
"Nós se voltarmos (ao protesto) é porque a outra parte quebrou algum princípio, naturalmente acho que por agora vai haver entendimento", sublinhou.
O sindicalista lembrou ainda que "a classe" de marinheiros deu "reais provas da responsabilidade que tem" no decorrer do acidente com o Navio "Mestre Simão" que encalhou este sábado quando se preparava para atracar no porto da Madalena, na ilha do Pico, com 70 pessoas a bordo, não se registando feridos.
"Nós acreditamos que a empresa tem de reconsiderar isso e naturalmente irá reconsiderar porque são pessoas habilitadas, não são pessoas que estão atrás de um balcão a ganhar 690.10 euros, portanto o vencimento base daquelas pessoas é muito baixo", lembrou.
Os trabalhadores sindicalizados da operadora marítima Atlânticoline, dos Açores, iniciaram no passado dia 4 de janeiro uma greve de duas semanas - que se iria prolongar até 18 de janeiro - reivindicando uma revisão do acordo de empresa.
O presidente da operadora marítima Atlânticoline, dos Açores, chegou a mostrar-se disponível para voltar às negociações com os marinheiros da empresa mas advogou que a paragem teria de terminar.
Carlos Faias sustentava que a contraproposta dos trabalhadores em causa era "desprovida de razoabilidade", representando em termos anuais "no mínimo um aumento de 500 mil euros" de custos para a empresa, nomeadamente com vencimentos.
A Atlânticoline é a empresa pública de transporte marítimo de passageiros e viaturas nas ilhas dos Açores.
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