“Os trabalhadores em plenário decidiram pela greve na Soflusa em 12 e 13 de junho”, disse à agência Lusa o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores Fluviais Carlos Costa.
Ao início da tarde, os trabalhadores da Soflusa realizaram um plenário para debaterem a proposta das empresas de aumento salarial na ordem dos 0,9%, valor que a estrutura sindical considera insuficiente tendo em conta a inflação.
Além da questão salarial, os trabalhadores exigem também a contratação de trabalhadores porque a empresa precisa de mais 13 maquinistas.
“A Soflusa precisa de 13 maquinistas para completar as 34 tripulações que tem, porque só tem 11 maquinistas neste momento”, explicou Carlos Costa.
Segundo o sindicalista, uma tripulação é composta por um maquinista, um mestre e dois marinheiros.
Carlos Costa revelou ainda à Lusa que, desde fevereiro e até agora, os constrangimentos por falta de trabalhadores “já levou à supressão de 900 carreiras, numa média de 20 por dia”.
Na terça-feira, os trabalhadores da Transtejo realizaram também um plenário, no qual decidiram marcar uma greve para 11 e 12 de junho, pela reposição do poder de compra e valorização dos salários.
Segundo a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS), esta é uma resposta dos trabalhadores à proposta da administração, sob orientações do Governo, de 0,9% de aumentos salariais quando se verifica um aumento do custo de vida, situando-se a inflação nos 7,2%.
As ligações fluviais de ambas as empresas estiveram interrompidas temporariamente devido aos plenários.
As empresas têm a mesma administração e ambas asseguram as ligações fluviais entre a margem Sul e Lisboa, sendo a Transtejo responsável pelos terminais do Seixal, Montijo, Cacilhas e Trafaria/Porto Brandão, no distrito de Setúbal, enquanto a Soflusa faz a travessia entre o Barreiro e o Terreiro do Paço, em Lisboa.
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