Vindos de várias regiões do país, trabalhadores das mais variadas valências do setor social, desde creches, lares de idosos, centros de dia ou instituições de apoio a pessoas com deficiência gritavam “tanta hora a trabalhar para nada ganhar”, “ganhamos tão mal no setor social” ou “está na hora dos aumentos cá para fora”.

No meio dos manifestantes, que também iam envergando tarjas onde se lia “trabalhadores das IPSS exigem salários dignos” e “por um setor social digno”, a coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços (CESP) em Braga, Ana Rodrigues, contou à Lusa que a adesão a nível nacional à greve está nos 80%, havendo lares e infantários a funcionar apenas com serviços mínimos.

Uma das principais reivindicações destes trabalhadores visa um aumento de 75 euros no salário mensal e a valorização das categorias e carreiras profissionais, disse.

A proposta da CNIS é de 55 euros, mas os trabalhadores querem mais porque o custo de vida aumentou, o poder de compra diminuiu e “sobra cada vez menos” todos os meses, afirmou Ana Rodrigues.

Além do aumento salarial, os trabalhadores reclamam ainda o aumento das diuturnidades e do subsídio de refeição e o horário máximo de 35 horas de trabalho semanais para todos, frisou.

E é precisamente por um salário “mais justo e digno” que Branca Silva, funcionária da Misericórdia de Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto, fez hoje greve, adiantou à Lusa.

“Os trabalhadores merecem mais respeito e melhores condições de trabalho porque trabalhar no setor social é duro”, frisou.

Com a mesma opinião, Paula Sequeira, a trabalhar no Centro Social de São Lázaro, em Braga, revelou levar para casa 600 euros, algo “manifestamente insuficiente” para pagar renda, luz, água e comida.

“Faço o meu trabalho com muito amor, mas é um trabalho duro e, por isso, acho que devemos ser recompensados”, salientou.

Em declarações aos jornalistas, e antes de se reunir com os representantes sindicais, o presidente da CNIS, Lino Maia, afirmou compreender “perfeitamente” as reivindicações dos trabalhadores, mas apesar disso não vai poder responder positivamente.

“As instituições não têm receitas, elas estão, de facto, muito deficitárias”, assumiu.

Lino Maia garantiu que tem insistido junto do Governo do PS, mas não tem havido correspondência.

“O Estado tem que assumir a sua responsabilidade e olhar, de facto, mais para este setor”, defendeu.

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