Nos EUA, os motoristas das empresas de TVDE Uber e da Lyft planearam greves de 24 horas em locais como Chicago, Filadélfia, Miami ou Austin, Texas, assim como manifestações nos aeroportos de várias cidades, segundo os organizadores do protesto: ‘Justice for App Workers’ (Justiça para os Trabalhadores de Aplicações).
Já os trabalhadores de entregas no Reino Unido da Uber Eats, Deliveroo, Just Eat e Stuart afirmaram que iriam desligar as suas aplicações digitais e não fariam entregas entre 17h e 22h.
O grupo Delivery Job UK, que organizou a paralisação, notou no Instagram que a greve era “uma oportunidade crucial para se ser visto e ouvido pela sociedade”.
Dos oito motoristas de entregas que falaram hoje com a Associated Press nas ruas de Londres apenas um afirmou que não iria parar a atividade. Vários destes, porém, questionaram se a greve será suficientemente longa para causar danos financeiros suficientes nas empresas.
“Um dia não é eficaz”, defendeu Evadur Rahman para quem se deve prolongar a paralisação.
Rahman, um motorista da Deliveroo que informou que iria juntar-se ao protesto, revelou que o seu salário diário caiu nos últimos meses de cerca de 140 libras (164 euros) por oito horas de trabalho para perto de 100 libras (117 euros). O motorista defendeu o aumento da taxa mínima cobrada por pedido de 2,90 libras (3,37 euros) para cinco libras (5,86 euros).
“As empresas devem melhorar o pagamento mínimo” porque o atual “não é suficiente para a sobrevivência neste país”, lamentou à AP.
A Delivery Job UK disse que 3.000 pessoas planeavam paralisar, mas não havia números concretos entre os norte-americanos.
Terça-feira, a Uber afirmou, com base em greves anteriores, não esperar que a paralisação de hoje tivesse muito impacto.
“Esses tipos de eventos raramente tiveram qualquer impacto nas viagens, nos preços ou na disponibilidade dos motoristas”, afirmou empresa, em comunicado, justificando essa tendência porque a “grande maioria dos motoristas está satisfeita”.
A Uber e outras empresas que dependem de trabalhadores independentes garantem que estes apreciam a flexibilidade.
Porém, muitos trabalhadores temporários estão a pressionar para serem sindicalizados para alcançarem capacidade de negociar contrapartidas, medidas de segurança e outros benefícios.
Em novembro, o esforço de sindicalização sofreu um revés no Reino Unido quando o tribunal superior britânico decidiu que os transportadores Deliveroo não têm direitos de negociação coletiva por não serem considerados empregados.
A Deliveroo disse hoje que tem uma parceria voluntária com um sindicato que inclui discussões anuais sobre salários e também oferece aos transportadores um seguro gratuito e apoio na doença.
“As taxas de retenção de passageiros são altas e a esmagadora maioria dos passageiros diz-nos que está satisfeita em trabalhar connosco”, afirmou, em comunicado, a empresa.
Já do lado da Justice for App Workers, Rachel Gumpert descreveu o trabalho de transporte como uma “fábrica móvel”, com alguns trabalhadores trabalhando rotineiramente entre 60 a 80 horas por semana.
As empresas de transporte privado garantem pagar salários justos e que disponibilizam processos de recurso para os casos de desativações de motoristas.
No início deste mês, a Lyft disse que começou a garantir que os motoristas retêm pelo menos 70% das suas tarifas semanalmente, clarificou as taxas no registo de rendimentos e incluiu um novo acesso na aplicação para os motoristas recorrerem das decisões de desativação.
Nos Estados Unidos, esta empresa referiu que os motoristas nos EUA ganham em média 30,68 dólares por hora (29 euros) ou 23,46 dólares por hora líquidos (22 euros).
A Uber indicou, por seu lado, que os seus motoristas ganham em média 33 dólares por hora (31 euros). A empresa também disse que permite aos motoristas contestarem as suas desativações.
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