”Apesar de hoje, dia 01 de fevereiro, a administração da Global Media Group (GMG) já estar em incumprimento salarial e ainda não ter regularizado o pagamento do subsídio de Natal, os trabalhadores do DN procederão à suspensão da greve, marcada para o dia 02 de fevereiro, por um período de cinco dias, até ao dia 07 de fevereiro”, lê-se no documento.
Este é o “prazo considerado aceitável para a regularização total das verbas em falta e para a GMG definir o futuro do título, depois da demissão do CEO”, adiantam as delegadas sindicais.
“Como promessas não pagam dívidas e considerando o reiterado incumprimento por parte da administração do GMG, a partir dessa data — 07 de fevereiro de 2024 — a suspensão do pré-aviso de greve cessará e os trabalhadores reservam-se o direito de aderir à greve por tempo indeterminado, nos termos descritos naquele pré-aviso”, refere o comunicado.
Além disso, “os jornalistas e demais trabalhadores do DN não aceitam ser reféns de uma situação para a qual não contribuíram e esperam que a saída de José Paulo Fafe da Comissão Executiva seja um passo no sentido da regularização”.
Os jornalistas e demais trabalhadores do DN “recusam desistir do Diário de Notícias e lutarão contra quem quiser anular ou desvalorizar 159 anos de história”, rematam.
Na quarta-feira, o presidente da Comissão Executiva da Global Media, José Paulo Fafe, apresentou a sua demissão por considerar “estarem esgotadas” as condições para exercer as suas funções.
Em 06 de dezembro, a Comissão Executiva da GMG anunciou que iria negociar “com caráter de urgência” rescisões com 150 a 200 trabalhadores e avançar com uma reestruturação para evitar “a mais do que previsível falência do grupo”.
Em 28 de dezembro, a Global Media informou os trabalhadores de que não tinha condições para pagar os salários referentes ao mês de dezembro, sublinhando que a situação financeira é “extremamente grave”.
De acordo com a informação da ERC — Entidade Reguladora para a Comunicação Social, a participação efetiva da Páginas Civilizadas na GMG é de 50,25% do capital e dos direitos de voto. Esta posição é calculada a partir da soma da detenção direta de 41,51% e da indireta, através da Grandes Notícias Lda, de 8,74%.
O fundo WOF tem uma participação de 25,628% do capital social e dos direitos de voto da GMG. Por sua vez, o Grupo Bel detém uma participação indireta de 17,58%. A KNJ, de Kevin Ho, detém 29,350% e José Pedro Soeiro 20,400%.
Resumindo, a Global Media é detida diretamente pela Páginas Civilizadas (41,510%), KNJ (29,350%), José Pedro Soeiro (20,400%) e Grandes Notícias (8,740%).
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