O pré-aviso da greve de dois dias foi marcado em plenário de trabalhadores dos SMTUC, realizado a 05 de dezembro, face à “não resposta do conselho de administração aos vários problemas dos trabalhadores”, disse hoje à agência Lusa a coordenadora regional do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL), Luísa Silva.
Segundo a dirigente sindical, há vários problemas que motivam a convocação da greve, nomeadamente a não autorização por parte do conselho de administração do uso de dias de folgas e férias por gozar, a não conclusão da opção gestionária que levaria a uma progressão nas carreiras dos trabalhadores e o mau estado dos autocarros dos SMTUC.
“Há todo um conjunto de situações que continua a não ter resposta por parte do conselho de administração. Os trabalhadores chegaram a uma fase de saturação em que sentem que não há uma tentativa de resolução de nenhuma destas questões”, vincou Luísa Silva.
A coordenadora regional do STAL referiu que, face à falta de funcionários nos SMTUC, o conselho de administração recorre ao trabalho extraordinário e não autoriza o gozo de folgas e dias de férias por usar, apontando para a situação de um trabalhador que tem “80 dias por gozar, entre folgas e férias”.
“Houve uma proposta de redução de algumas linhas, que poderia nem fazer tanta diferença à população já que a cidade está quase parada [devido a diferentes obras] e reduzia o número de motoristas necessários a trabalhar, mas o conselho de administração não concordou”, aclarou.
Segundo Luísa Silva, o executivo da Câmara de Coimbra concordou em avançar com a opção gestionária dos SMTUC, que reduz o número de anos para assegurar a progressão na carreira dos trabalhadores, mas o processo, que deveria estar concluído em abril, ainda não está resolvido.
“Estamos em dezembro e o processo não está concluído, com os trabalhadores à espera de um aumento salarial e a situação já poderia estar resolvida”, criticou.
Na segunda-feira, na reunião do executivo, a vereadora com a pasta dos transportes, Ana Bastos, criticou a convocação desta greve, considerando que as reivindicações “extravasam as competências” do conselho de administração que preside.
Segundo a vereadora, houve um pré-aviso de greve anterior, em novembro, que acabou por ser desmarcado, depois de o STAL ter reconhecido que o executivo se empenhava na “procura de soluções, designadamente para oferecer as melhores condições de trabalho aos seus funcionários”.
“Apesar dos esforços do conselho de administração, que voltou a reunir com a estrutura sindical para procurar perceber o que de novo justificava esta posição de força, o pré-anúncio manteve-se, apesar de se ter total consciência dos impactes que tais decisões assumem na degradação da imagem e do funcionamento dos SMTUC, das perturbações que tal greve acarreta para a população, particularmente para os mais desfavorecidos que não dispõem de outras alternativas de deslocação”, referiu Ana Bastos.
Durante a sua intervenção no período antes da ordem do dia, a vereadora vincou que o plano de renovação de frota está a ser cumprido, considerando que, nesse contexto "e face ao esforço despendido, é incompreensível o pré-anúncio de greve avançado pelo STAL".
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