Segundo Artur Vaz, diretor da Unidade de Combate ao Tráfico de Estupefacientes (UNCTE) da Polícia Judiciária (PJ), tratou-se da maior maior apreensão desta droga em Portugal nos últimos 15 anos, sendo igualmente a maior quantidade de cocaína alguma vez apreendida num único veleiro a nível mundial.
Um dos detidos, de nacionalidade espanhola, que já foi enviado juntamente com os restantes para interrogatório judicial no Tribunal de Instrução Criminal para imposição das medidas de coação, já tinha antecedentes criminais por tráfico de droga, referiu o mesmo diretor da UNCTE.
De acordo com o mesmo responsável, o veleiro, de 24 metros, estava registado em Espanha e a cocaína "não vinha especialmente dissimulada" nas várias divisões da embarcação. A droga terá vindo da América Latina com destino à Europa.
Tendo em conta a enorme quantidade de cocaína transportada (5,2 toneladas), uma vez desembarcada, destinar-se-ia a vários países europeus, tendo nesta operação antidroga, fruto da cooperação judiciária entre a PJ portuguesa e a sua homóloga espanhola participado meios da Marinha e da Força Aérea Portuguesas.
O veleiro - precisou Artur Vaz - foi intercetado no oceano atlântico, a cerca de 300 milhas, frente à costa portuguesa, tendo a operação contado ainda com a intervenção da "Maritime Analysis and Operations Centre Narcotics", cujo centro de coordenação (sede) funciona em Lisboa, e que integra países como Portugal, Espanha, França, Itália, Holanda, Reino Unido e Irlanda.
O diretor da UNCTE da PJ admitiu que a elevada quantidade de cocaína transportada no veleiro seria eventualmente transferida, por transbordo, para outras embarcações quando estivesse mais junto à costa da Península Ibérica.
O volume de droga apreendida é, no entender de Artur Vaz, "sintomático que há muita produção de cocaína" e que as grandes quantidades são traficadas por via marítima.
O mesmo responsável confirmou que Colômbia, Peru e Equador são os três grandes e únicos produtores de cocaína da América Latina.
Os três homens detidos na embarcação são suspeitos de integrarem uma organização criminosa transnacional dedicada ao tráfico de grandes quantidades de cocaína entre a América Latina e o continente europeu.
De acordo com a PJ, as 5,2 toneladas de droga transportadas pelo veleiro vinham repartidas 183 fardos de cocaína.
A operação “Maré Branca” foi realizada nos últimos dias e teve ainda a colaboração da Drug Enforcement Administration, dos Estados Unidos, e da National Crime Agency, do Reino Unido.
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