A Polícia revistou escritórios dos bombeiros, gabinetes do município de Durán e celas de uma prisão na vizinha Guayaquil, de onde um preso, identificado com o pseudónimo "Negro Tulio", "recrutava funcionários públicos" para as máfias, informou a Polícia na rede social X.
"Os veículos destas instituições públicas, sobretudo do Corpo de Bombeiros, estavam a ser usados para a questão do transporte de drogas, particularmente a questão dos camiões-cisterna e das ambulâncias", disse à imprensa o general Freddy Sarzosa, diretor-geral de Investigações da Polícia.
Sarzosa acrescentou que um dos carros chegou a ser usado numa tentativa de homicídio em Durán, cidade a 10 quilómetros do porto de Guayaquil e usada como centro de recolha e distribuição de drogas.
"Negro Tulio" foi identificado como membro do gangue Chone Killers, que está entre as principais organizações criminosas que operam no Equador e entre as cerca de 20 quadrilhas de narcotraficantes que disputam as rotas de drogas e sangram o país com números recordes de violência.
Nesta quarta-feira, a operação das autoridades terminou com 23 detidos, que "estão relacionados com vários crimes associados, como tráfico de drogas, o microtráfico, a questão do enriquecimento ilícito, a extorsão, o tráfico de influências e os crimes contra a vida", disse Sarzosa.
O autarca de Durán, Luis Chonillo, escreveu no X que o seu governo "providenciará à polícia e ao Ministério Público todas as facilidades que estiverem ao seu alcance para as investigações em curso".
Desde agosto, as forças policiais e militares concentraram a sua ofensiva em Durán, onde grupos criminosos também lucram com extorsões e sequestros. Em 2023, esta cidade registou cerca de 450 homicídios, o que colocou-a como a segunda com mais mortes violentas no Equador, depois de Guayaquil (com 2.320).
Em 27 de julho passado, dois bombeiros foram assassinados num quartel de Durán, e em março, outros dois foram detidos como supostos autores de um ataque contra polícias.
As disputas pelo poder entre quadrilhas de narcotraficantes resultaram em altos índices de criminalidade no país, de 17 milhões de habitantes. A taxa de homicídios passou de 6 por 100.000 habitantes em 2018 para o recorde de 47 por 100.000 em 2023.
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