Este novo equipamento, reivindicado há muito para o centro oncológico de Vila Real, foi um dos temas dominantes da segunda edição das Jornadas de Saúde, que arrancou hoje, em Vila Real, e é subordinada ao tema “Oncologia no Interior”.
“A oncologia tem uma componente muito forte de radioncologia e, por isso, temos que continuar a insistir no acelerador linear porque o nosso equipamento está no limite da sua capacidade”, afirmou o presidente do conselho de administração do CHTMAD, João Oliveira.
O responsável sustentou que é preciso “aumentar a oferta para os doentes” e “fazer alguns tratamentos que o atual acelerador não tem capacidade”.
“Faz sentido este novo acelerador e, portanto, é uma insistência permanente”, frisou.
Em maio, durante uma deslocação a Vila Real, o ministro da Saúde anunciou a aquisição deste novo equipamento para reforçar a unidade de radioterapia do centro oncológico do CHTMAD, um investimento que poderá rondar os cinco milhões de euros e vai permitir introduzir novas técnicas de tratamento.
“Há boas indicações e boas notas da tutela, mas também percebemos que nem sempre as coisas são rápidas como gostaríamos que fossem”, referiu o responsável.
É precisa uma autorização conjunta dos ministérios da Saúde e Finanças para a aquisição deste novo equipamento.
O centro oncológico, que abriu em 2008, precisa também de mais especialistas da área e ainda obras de ampliação do atual edifício.
Esta unidade já ajudou a evitar deslocações para tratamentos no Porto. Neste momento está a ir mais longe com a ida dos especialistas de Vila Real para realizar tratamentos no Hospital de Macedo de Cavaleiros, no âmbito de um protocolo assinado com a Unidade Local de Saúde do Nordeste.
Mas o objetivo, segundo João Oliveira, é também fazer os tratamentos nas unidades hospitalares que integram o CHTMAD, nomeadamente Chaves e Lamego, um projeto que só será possível com reforço da equipa.
Em 2016, foram realizados 8.000 tratamentos no centro oncológico. Até ao final de 2017, prevê-se que sejam atingidos os 12.000 tratamentos, juntando os números de Vila Real e de Macedo de Cavaleiros.
Em Trás-os-Montes e Alto Douro, região onde as doenças oncológicas são a segunda maior causa de morte a seguir às doenças cardiovasculares, os principais cancros detetados são os relacionados com o foro digestivo (intestino e gástrico), seguidos dos da mama e próstata.
O CHTMAD lidera também uma candidatura, já submetida ao Horizonte 2020 - Programa-Quadro Comunitário de Investigação & Inovação, para desenvolver um projeto de investigação na área da hospitalização domiciliária.
Este projeto conta com a parceria da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), de uma universidade de Viena (Áustria) e um hospital de Valência (Espanha).
Este hospital espanhol tem cerca de 300 camas de hospitalização domiciliária, uma experiência que o CHTMAD quer estudar para depois, quando for viável, implementar em Vila Real.
“Doentes com determinadas patologias necessitam de internamento e, em vez de estarem internados num hospital, estão internados em casa. Têm telemonitorização (monitorização remota) e acompanhamento médico e de enfermagem em casa”, explicou Telma Correia, gestora do CHTMAD.
A responsável destacou, como vantagens, o conforto do doente e também a diminuição dos índices de infeção hospitalar.
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