Num comunicado divulgado perto das 12:30, relativo às “últimas 24 horas”, a PSP confirmou a detenção de quatro suspeitos da prática de crimes de roubo, quatro de ofensa à integridade física qualificada, três de posse de engenhos explosivos e armas proibidas, um por tentativa de fogo posto e um por acionamento de extintor e dano contra viatura da PSP.
Foram ainda identificadas outras 18 pessoas por “motivos diversos”.
Segundo o balanço da autoridade, foram registadas neste período 45 ocorrências de incêndio em mobiliário urbano (maioritariamente caixotes do lixo) na Área Metropolitana de Lisboa (distritos de Lisboa e Setúbal), nos concelhos de Almada, Amadora, Barreiro, Lisboa, Loures, Oeiras, Seixal e Sintra.
Do total de ocorrências registadas resultaram uma viatura policial danificada, dois autocarros incendiados, oito automóveis e uma moto incendiados, além outro mobiliário urbano também queimado.
O ferido grave é o motorista de um dos autocarros incendiados, que sofreu “queimaduras graves na face, tórax e membros superiores”. Fonte da transportadora Carris Metropolitana tinha já indicado hoje que o homem, que conduzia a viatura sem passageiros em Santo António dos Cavaleiros, no concelho de Loures, está em estado grave.
Os desacatos desta semana na Área Metropolitana de Lisboa foram desencadeados pela morte de Odair Moniz, de 43 anos e morador no Bairro do Zambujal, na Amadora, que foi baleado por um agente da PSP na madrugada de segunda-feira, no Bairro da Cova da Moura, no mesmo concelho, e que morreu pouco depois, no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa.
Os incidentes tiveram início no Zambujal, na noite de segunda-feira e estenderam-se, desde terça-feira, a outros bairros da Área Metropolitana de Lisboa.
No total, mais de uma dezena de pessoas foram detidas. Além motorista do autocarro que sofreu queimaduras graves, alguns cidadãos ficaram feridos sem gravidade e dois polícias receberam tratamento hospitalar.
Segundo a PSP, Odair Moniz pôs-se “em fuga” de carro depois de ver uma viatura policial e “entrou em despiste” na Cova da Moura, onde, ao ser abordado pelos agentes, “terá resistido à detenção e tentado agredi-los com recurso a arma branca”.
A associação SOS Racismo e o movimento Vida Justa contestaram a versão policial e exigiram uma investigação “séria a isenta” para apurar “todas as responsabilidades”, considerando que está em causa “uma cultura de impunidade” nas polícias.
A Inspeção-Geral da Administração Interna abriu um inquérito urgente e também a PSP anunciou um inquérito interno, enquanto o agente que baleou o homem foi constituído arguido.
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