Um tribunal holandês condenou nesta quinta-feira dois russos e um ucraniano a prisão perpétua depois de terem sido condenados à revelia por derrubarem o voo MH17 da Malaysia Airlines sobre a Ucrânia em 2014.
"O tribunal considera as acusações comprovadas tão severas que sustenta que apenas a sentença de prisão mais alta possível seria apropriada", disse o juiz-chefe Hendrik Steenhuis.
Quatro homens, três russos e um ucraniano, todos oficiais superiores dos separatistas prórussos do leste da Ucrânia, eram acusados de terem abatido o avião com um míssil terra-ar.
A procuradoria holandesa tinha pedido prisão perpétua para os russos Oleg Pulatov, Igor “Strelkov” Girkin e Sergey Dubinsky, e para o ucraniano Leonid Kharchenko, que considerou “totalmente responsáveis” e “culpados” do “homicídio” dos 298 passageiros, um crime que provocou a “comoção internacional que ainda continua”.
Pulatov foi o único acusado que reconheceu o processo judicial, enviando uma equipa de advogados para defendê-lo em tribunal, mas considerou-se inocente e acusou a procuradoria de “não ter o objetivo de conhecer a verdade, mas sim de conseguir uma condenação”.
Os outros três acusados estão em paradeiro desconhecido, embora se pense que estão escondidos na Rússia, que se negou a entregá-los aos Países Baixos, pelo que o julgamento se realizou à revelia.
Em 17 de julho de 2014, o voo MH17 da Malaysia Airlines – que partiu de Amesterdão com destino a Kuala Lumpur – caiu enquanto sobrevoava o leste da Ucrânia, provocando a morte dos 283 passageiros e 15 tripulantes a bordo. Entre os mortos estavam 196 cidadãos holandeses e 38 australianos ou residentes naqueles países.
*com Lusa
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