Numa sessão realizada na capital cambojana, Phnom Penh, o tribunal especial recusou os argumentos apresentados por Khieu Samphan, de 91 anos, condenado em 2018 por genocídio contra a minoria vietnamita, crimes contra a humanidade e crimes de guerra.
Apesar de ter sido chefe de Estado do Camboja durante o regime dos Khmer Vermelhos, Khieu Samphan sempre negou ter tido qualquer papel nas políticas que levaram à morte de cerca de 1,7 milhões de pessoas em purgas, fome e abusos.
Khieu Samphan já estava a cumprir, desde 2014, uma primeira pena de prisão perpétua por crimes contra a humanidade pela migração forçada e desaparecimento de milhares de pessoas.
Esta decisão conclui os trabalhos do tribunal, criado há 16 anos e que gastou 337 milhões de dólares (342,8 milhões de euros) para julgar os crimes contra a humanidade cometidos durante o regime dos Khmer Vermelhos.
Além de Khieu Samphan, o tribunal internacional condenou a prisão perpétua, em 2014, um outro líder dos Khmer Vermelhos Nuon Chea, e o chefe da prisão de segurança S-21 do regime de Pol Pot Kaing Guek Eav, responsável pela morte e tortura de mais de 15 mil presos.
Outros líderes do regime, Ieng Sary e Ieng Thirith, morreram em 2013 e 2015, antes de serem condenados.
Os Khmer Vermelhos, maoístas que queriam abolir a propriedade privada e transformar o Camboja num país rural, tomaram o poder em 1975 e impuseram um regime repressivo, até serem expulsos em 1979 pelas tropas do Vietname.
O grupo era liderado por Pol Pot, que morreu em 1998, na base guerrilheira de Amlong Veng, no noroeste do Camboja, assassinado pelas próprias forças.
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