"Apresentei um projeto de resolução a recomendar ao Governo uma negociação com a Comissão Europeia cujo efeito seria manter a consolidação orçamental atual. Assim evitando quer o laxismo orçamental e o descontrolo financeiro, quer o seu oposto, um esforço excessivo adicional sobre famílias e empresas. O PS foi o único partido que votou contra esse projeto, o que levou à sua rejeição", descreveu, em declaração política, no parlamento.
Trigo Pereira questionou se os deputados do PS se aperceberam do "alcance" do que estava em causa, pois "o voto para manter o objetivo de médio prazo significa exigir que Portugal tenha um excedente primário da ordem dos 4,5% do PIB em 2021, ou seja, 9.000 milhões de euros de excedente primário".
"Tem o grupo parlamentar do PS a noção das implicações orçamentais nos próximos anos da redução das propinas no ensino superior, do descongelamento das carreiras e atualização salarial na função pública, de novos subsídios de apoio aos cuidadores informais, da contratação de mais médicos e enfermeiros? Acho que não. Não é possível melhorar a qualidade dos serviços públicos e querer simultaneamente ter excedentes desta natureza", afirmou.
O parlamentar que se desvinculou dos socialistas insistiu: "estávamos habituados a ver PSD e CDS a ir para além da ?troika', mas ter o PS a aceitar a redução do espaço de decisão democrática nacional e ir para além do Tratado Orçamental, não deixa de ser contraditório e preocupante".
"Só esperamos que o governo do PS seja mais realista e menos conservador do que o seu grupo parlamentar mostrou aqui ser", desejou.
Nenhum grupo parlamentar, nem mesmo o do PS, se mostrou interessado em interpelar Trigo Pereira em seguida para pedidos de esclarecimento.
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