Muitos destes internatos eram operados por organizações católicas.
Hoje, o Vaticano anunciou que o chefe da Igreja Católica vai visitar o Canadá, de 24 a 30 de julho, passando pelas cidades de Edmonton, Quebeque e Iqaluit (no Ártico canadiano), a convite das autoridades e comunidades indígenas.
O arcebispo de Edmonton, Richard Smith, por seu turno, confirmou em conferência de imprensa que a intenção do Papa é pedir desculpas aos indígenas e salientou que, se visita o país, o faz para visitar a comunidade.
Após ter conhecimento da visita papal, Justin Trudeau disse que o anúncio é uma notícia muito boa e importante para a reconciliação.
Numa outra declaração, o primeiro-ministro do Canadá encorajou os cidadãos a acompanhar esta visita “histórica” e a refletir “sobre os impactos do colonialismo”.
Entre o final do século XIX e o final do século XX, o Governo canadiano estabeleceu um sistema de internatos para crianças indígenas com o objetivo de forçar a assimilação da população aborígene do país.
Estima-se que milhares de crianças morreram em internatos governamentais, na maioria operados pela Igreja Católica. Muitas famílias nunca foram notificadas das mortes.
Em 2021, os T’kemlúps te Secwépemc, um grupo indígena do oeste do Canadá, anunciaram a descoberta, numa antiga residência escolar, de 215 sepulturas não identificadas, acreditando-se ainda conter os restos mortais de crianças.
Desde então, centenas de sepulturas foram encontradas noutras residências escolares em todo o país.
Em março, uma delegação de indígenas canadianos encontrou-se com o Papa no Vaticano. Durante a visita, os aborígenes insistiram na necessidade de o líder da Igreja Católica visitar o Canadá para ver os internatos e para se desculpar aos sobreviventes.
O arcebispo de Edmonton recordou que os problemas de mobilidade do Papa Francisco limitam o seu programa no Canadá, não podendo visitar a residência escolar Kamloops.
Richard Smith confirmou que é esperado que o Papa se desculpe no Canadá com os indígenas pelos abusos cometidos em internatos e disse que, se o chefe de Estado do Vaticano viajar para aquele país, será “apenas para se encontrar com os povos indígenas”.
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