“Não haverá renegociação” do acordo de saída do Reino Unido, afirmou Jean-Claude Juncker aos jornalistas à entrada para um Conselho Europeu informal, em Bruxelas, no qual os chefes de Estado e de Governo dos 28 vão iniciar as discussões sobre as nomeações para os cargos de topo da União Europeia (UE).
Nas declarações aos jornalistas, Jean-Claude Juncker deu conta de que iria ter uma breve reunião bilateral com Theresa May à margem da cimeira.
Entretanto, e através da rede social Twitter, Donald Tusk partilhou uma fotografia dando também conta de uma reunião com Theresa May.
May anunciou na semana passada que vai demitir-se a 7 de junho, desencadeando uma eleição interna para a liderança do partido Conservador que deverá determinar um sucessor, que deverá entrar em funções antes do final de julho.
Entretanto, ao chegar hoje ao Conselho Europeu informal, em Bruxelas, o primeiro desde que anunciou a intenção de se demitir da liderança do partido Conservador a 7 de junho, May lembrou que participou em cerca de 15 reuniões deste tipo.
“Em cada uma delas esforcei-me muito para conseguir o melhor acordo possível para o Reino Unido sair da União Europeia e é um grande desgosto para mim não ter conseguido executar o ‘Brexit'”, vincou.
A primeira-ministra britânica adiantou que cabe agora ao sucessor “encontrar um caminho para lidar com as opiniões muito fortes nos dois lados desta questão”.
“Para o fazer e conseguir uma maioria no parlamento, penso que vai ser necessário compromisso”, disse.
May prometeu que vai cumprir as obrigações enquanto se mantiver em funções e que o Reino Unido pretende desempenhar um “papel construtivo” enquanto não sair da UE.
Apesar de o Reino Unido ter votado num referendo em 2016 para sair da UE, o ‘chumbo’ por três vezes no parlamento britânico ao acordo de saída negociado com Bruxelas obrigou o governo adiar a data do ‘Brexit’, cujo prazo foi diferido para 31 de outubro.
Os chefes de Estado e de Governo da UE reúnem-se hoje em Bruxelas num jantar de trabalho informal, para começar a discutir as nomeações para os mais altos cargos institucionais da UE na sequência das eleições europeias.
A reunião tem lugar menos de 48 horas após o encerramento das urnas das eleições europeias e é um sinal claro de que o objetivo é tentar chegar o mais cedo possível, já em junho, a um compromisso sobre quem liderará nos próximos anos as instituições europeias.
Numas negociações que se antecipam complexas, dada a maior fragmentação do Parlamento Europeu — que exigirá novas alianças –, a grande dúvida reside na “adesão” do Conselho Europeu ao modelo ‘Spitzenkandidat’, e saber se efetivamente os líderes europeus irão propor para a presidência da Comissão Europeia um dos candidatos principais apresentados pelas diferentes famílias políticas nas eleições deste ano.
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